4 incríveis mensagens ocultas em “Alice no País das Maravilhas”

Publicada em 1865 por Charles Lutwidge Dodgson, sob o pseudônimo de Lewis Carroll, a obra “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” conta a história de uma jovem chamada Alice, que cai em um buraco e vai para um mundo de fantasia rodeado por criaturas muito peculiares. Desde sua publicação, inspirou vários filmes, pinturas, obras de teatro, peças de ballet e até jogos de computador.

Sendo um dos livros mais famosos do mundo, deu lugar a diferentes interpretações por trás da história. Por um lado, existem aqueles que consideram que ele se trata de sexo, drogas e colonialismo, sobre um distúrbio alimentar ou que é uma sátira à guerra das Duas Rosas.

Veja quatro teorias por trás das histórias: 

Psicoanalisando textos literários

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A teoria psicoanalítica de Sigmund Freud se popularizou na década de 60, e com ela começou-se a analisar textos literários, interpretando e decifrando o verdadeiro significado dos mesmos, para entender melhor as intenções do autor. Assim, “Alice no País das Maravilhas” de repente revelou uma grande quantidade de mensagens subliminares nunca antes observadas. Veja 4 delas:

Sexo oculto

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Muitos críticos reanalisaram o texto e encontraram várias imagens ginecológicas. Por exemplo, o buraco por onde Alice cai no maravilhoso mundo de fantasia, conhecido em inglês como “rabbit hole” (“buraco do coelho”), as cortinas que Alice deve abrir, as chaves e fechaduras, que são símbolos de coito, a lagarta como uma imagem fálica e a extensão do pescoço de Alice como uma metáfora de ereção.

Maturidade

Por outro lado, muitos interpretam as aventuras de Alice como uma metáfora de uma criança que está na transição entre a infância e a juventude, na puberdade. Por isso que a protagonista se sente incomodada em seu próprio corpo, já que está passando por uma série de mudanças extremas, que a deixam insegura quanto a sua própria identidade, conflito comum a muitos jovenss.

Drogas

Outra teoria muito escutada sugere que a história se trata do uso de drogas, e as aventuras de “Alice no país das maravilhas” nada mais é do que uma metáfora para o efeito que as drogas alucinógenas provocam no ser humano. A lagarta fumando narguilé e sua fumaça mágica são imagens que podem ser claramente associadas aos anos 60.

Inclusive, em 1967, a legendária banda de rock psicodélico Jefferson Airplane escreveu uma canção chamada “White Rabbit”, na qual utilizam imagens que derivam do mundo de fantasia construído por Carroll como, por exemplo, o jeito de mudar de tamanho logo depois de consumir uma pílula ou tomar um líquido desconhecido. A cantora Grace Slick explicou que sua composição tinha o propósito de despertar os pais que sonham ler estas histórias aos seus filhos e logo se perguntarão por que as crianças consomem drogas.

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A canção acaba com a frase:

Porém, não existe nenhuma evidência de que Carroll havia experimentado drogas alucinógenas. Sua relação com esse tipo de drogas parecia se limitar ao seu ator favorito, Thomas De Quincey, que escreveu o livro “Confissões de um Comedor de Ópio”, em 1821, uma autobiografia na qual escreve sobre o efeito de seu vício por ópio e o álcool na sua vida.

Distúrbio alimentar

A história de Carroll tem a presença de alimentos e bebidas que modificam Alice. Por exemplo, as imagens da garrafa com um papel que diz “Me tome” e uma torta com um papel que diz “Me coma” e muitos outros personagens do mundo maravilhoso passam seu tempo comendo, constantemente, ou preocupados de serem comidos.

Por esta razão, muitos críticos sugerem que a história trata, em parte, de um distúrbio alimentar, apoiando-se também na teoria de que o físico de Carroll era bastante fraco, e ele tinha uma alimentação muito escassa.

Essas são algumas das teorias que muitos críticos defendem que são mensagens ocultas no livro. De todo modo, “Alice no País das Maravilhas” é uma obra de arte e muito provavelmente nunca conseguiremos decifrar a real intenção de Carroll por trás do seu texto.

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