Nem tudo é glamour no Oscar. A maior premiação do cinema mundial também é vilanizada por alguns artistas ou usada para manifestos e posicionamentos. Por exemplo, recentemente Kate Winslet fez discurso feminista, com a estatueta na mão, e foi muito aplaudida. Em 2016 é a vez dos negros se posicionarem: pelo segundo ano consecutivo não há negros indicados em nenhuma categoria. Por isso o cineasta Spike Lee anunciou seu boicote à premiação e foi apoiado pela atriz negra Jada Pinkett Smith, mulher de Will Smith, e pelo cineasta Michael Moore, famoso por suas posições políticas igualitárias.
Mas não são só eles. O Oscar coleciona boicote de grandes estrelas pelos mais diversos motivos. Confira 10 artistas que esnobaram a premiação de Hollywood:
Spike Lee

Anunciou seu boicote à premiação de 2016 devido à ausência de negros pelo segundo ano seguido.
Michael Moore

Juntou-se a Spike Lee no boicote por não haver negros indicados.
Jada Pinkett Smith

A atriz, mulher de Will Smith, juntou-se a Spike Lee, endossando seus argumentos.
Woody Allen

Indicado diversas vezes, venceu quarto estatuetas, mas só apareceu na cerimônia uma vez: no Oscar de 2002, pouco depois do ataque de 11 de setembro, para apresentar filmes feitos em Nova York, alvo dos ataques, e sua cidade-natal. “Não tenho o menor apreço por este tipo de cerimônia. Simplesmente acho que eles não têm a menor ideia do que estão fazendo.”
Katharine Hepburn

A grande atriz foi indicada 12 vezes e venceu quatro estatuetas. Mas nunca foi fã da cerimônia e nunca apareceu para receber os prêmios. Mas ela não era totalmente contra: exibia as estatuetas (recebidas em seu nome por representantes) e as exibia com orgulho em sua casa em Connecticut.
George C. Scott

Em 1970, George C. Scott recusou o Oscar de Melhor Ator que recebeu por seu papel em “Patton – Rebelde ou Herói?” e ainda foi além: chamou a cerimônia de “meat parade”, algo como “festa da carne”, com “suspense falsamente criado por razões econômicas.”
Peter O’Toole

Indicado oito vezes ao Oscar de Melhor Ator, o astro de “Lawrence da Arábia” nunca levou. Em 2003 recebeu um Oscar Honorário por todas suas atuações e o recusou no primeiro momento. Escreveu uma carta de volta à Academia: “Ainda estou no jogo e posso vencer um prêmio. Poderiam adiar este prêmio honorário até eu completar 80 anos, por favor?” O então presidente da Academia, Frankie Pearson, respondeu apontando os casos de Paul Newman e Henry Fonda, que receberam prêmios honorários pelo conjunto da obra e logo depois receberam prêmios por atuações específicas. O’Toole então baixou a guarda, apareceu na cerimônia e recebeu o Oscar.
Marlon Brando
O ator recusou o Oscar em 1973 por sua atuação como Vito Corleone em “O Poderoso Chefão”. Na véspera da premiação o ator avisou que não iria aparecer e escalou Sacheen Littlefeather para ir em seu lugar. Ela era atriz há pouco tempo e presidente de uma entidade que defendia os nativos do país, os índios. Quando Brando foi anunciado como vencedor, Sacheen subiu ao palco e disse: “Estou representando Marlon Brando esta noite e ela me pediu para dizer a vocês que ele lamenta não poder aceitar este generoso prêmio. E as razões para isso estão na maneira como a indústria de Hollywood trata os índios americanos.”
Jean Luc Godard

Em 2010 a Academia reservou a Godard um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra. Representantes da indústria passaram meses tentando falar com o cineasta francês por todos os meios possíveis, mas não conseguiram. Quando perguntado em uma entrevista o que o Oscar honorário significava para ele, deixou bem claro porque nunca retornou os telefonemas. “Nada. Se a Academia gosta de fazer isso, que façam. Mas eu acho estranho. Eu me pergunto: ‘Qual dos meus filmes eles realmente viram? Eles realmente os conhecem? O prêmio é chamado Prêmio do Governador. Isso significa que Schwarzenegger está me dando o prêmio? (o ator Arnold Schwarzenegger era governador da Califórnia na época, estado onde fica a grande indústria hollywoodiana).
Dudley Nichols

Foi a primeira pessoa da história a recusar um Oscar. Ele ganhou o Prêmio de Melhor Roteiro em 1935 por “O Delator”, do diretor John Ford, adaptado de um livro sobre a Guerra da Independência irlandesa. Ele resolveu boicotar a cerimônia por conta de uma disputa que ocorria na época entre o Sindicato dos Roteiristas e a Academia. Nichols devolveu o prêmio com um bilhete dizendo que, se o aceitasse, “estaria virando as costas para milhares de membros de uma associação que lutava por uma organização de escritores genuínos.”