
Mombojó é uma banda recifense fundada em 2001, atualmente formada por Felipe S. (voz e guitarra), Chiquinho (teclado e sampler), Marcelo Machado (guitarra) e Vicente Machado (bateria e sampler). A banda completou 13 anos de carreira e seu quinto e mais recente disco de estúdio, Alexandre (2013), deve pautar o set list no Lollapalooza.
A banda nasceu quando Recife vivia um movimento musical chamado de “pós-mangue” (anos depois da explosão de Chico Science e Nação Zumbi), no início dos anos 2000. Esse cenário musical foi marcado principalmente pelo uso da Internet como novo palco para os artistas, o que hoje parece ser extremamente banal, mas na época representou profundas mudanças.
Dinheiro do governo para fazer o primeiro disco
Em 2004, a banda foi apoiada pela Lei de Incentivo à Cultura e produziu seu primeiro disco, oNadadenovo (2004). Os 7 rapazes foram um dos primeiros músicos a lançarem todas as músicas na internet, sob a licença Creative Communs. O CD foi distribuído em bancas de jornal do Brasil todo.
Vício em futebol
Os integrantes do Mombojó são amantes de futebol e viciados em videogame, em jogos de futebol, claro. Eles se juntam para jogar toda semana e até organizaram em Recife um campeonato entre bandas, ao estilo do “RockGol” (da antiga MTV), chamado MangueGol.
Produção robusta
O grupo passou por um período da música marcado pela crise da indústria fonográfica tradicional. A banda tinha contrato com a gravadora Trama e por ela gravou seu segundo disco, o “Homem Espuma” (2006). O processo foi muito diferente para banda, que contou com uma produção robusta e com muitas parcerias. No entanto, o contrato acabou quando as gravadoras entraram em crise com o crescimento do número de downloads de música pela internet e a baixa nas vendas de CDs.
Sem dinheiro ou ajuda do governo
Com 5 integrantes, após a morte de Rafael Torres e a saída de Marcelo Campello, que seguiu carreira solo, a banda voltou para o cenário independente e gravou seu terceiro disco “Amigo do Tempo” (2010) com recursos próprios, agora sem lei de incentivo e sem gravadora.
Passado esquecido
Com essa nova formação, a banda ficou mais eletrônica, sem instrumentos acústicos no palco. Esta mudança refletiu no disco “Amigo do Tempo”. Em entrevista à “Saraiva Conteúdo”, o guitarrista Marcelo explica algumas dessas mudanças: “Inclusive, no Amigo do Tempo, a gente resolveu facilitar um pouco o andamento das músicas, acho que o ‘Homem Espuma’ era uma fase que a gente tinha mais músicos até na banda e a gente quebrava demais, mudava e as músicas eram muito difíceis de tocar. Tanto é que tem músicas que a gente nem lembra como é mais, tem que até tirar. Hoje em dia, acho que no Amigo Tempo a gente resolveu deixar a música mais parecida do começo ao fim, sabe?”
Jovem Guarda
O Mombojó, ao lado do músico China, grande parceiro da banda, forma o grupo Del Rey, um projeto paralelo divertido que acabou dando certo e funciona como fonte de renda para todos. A banda toca músicas da Jovem Guarda, prestando homenagem a Roberto e Erasmo.
Recorde de parcerias e parceira humilde
O mais novo disco da banda, Alexandre (2014), é o disco que mais contou com parcerias musicais (China, Céu, Pupillo, Yuri Queiroga, Laetita Sadier, entre outros). “Céu foi uma ideia nossa de chamá-la pra cantar a música ‘Diz o Leão’ pela vibe da música. Chegando no estúdio ela sugeriu dobrar minha voz na música. Achei muito legal porque ela não fez questão de aparecer na música. E funcionou muito a ideia dela deixar a minha voz mais forte”, conta o vocalista Felipe S. ao blog “Tenho mais Discos que Amigos”.
Participação internacional e à distância
Uma dessas participações foi especialmente marcante para os integrantes do Mombojó. Fãs do grupo franco-britânico Stereolab, a banda deixou seu CD com a vocalista Laetita Sadie quando ela fez um show no Brasil. O grupo esperou um intervalo de dois anos até que ela mandasse um e-mail dizendo que topava participar do disco. “A gravação foi toda à distância. Ela gravou em Londres e nós conversamos só por e-mail. O resultado dela foi superrápido e super modificador da música. Eu gostei muito. Foi menos pessoal, mas eu estava ali compondo uma música com uma das pessoas que mais ouvi e admiro durante minha vida. Fico muito satisfeito com o resultado dessa faixa especialmente”, disse Felipe S em entrevista para o site “MOVE”.