Sublime deveria parar, e chega de ‘pós-tropicalismo’; veja lançamentos

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Sublime with Rome: “Sirens”

Gravadora: BMG

Não importa quando, onde ou quem é o vocalista: os fãs sempre irão pedir “What I Got” e “Santería” em alguma apresentação do Sublime. Desde que Rome Ramirez assumiu o posto de Bradley Nowell (que morreu em 1997), um misto de confusão e falta de pertencimento aos poucos minou a esperta mistura musical que figurava nos primeiros trabalhos da banda.

Com a saída do baterista Bud Gaugh e um processo nas costas por conta da família de Nowell, a autenticidade ficou comprometida. Infelizmente, não seria resgatada.

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“Sirens” comprova, lamentavelmente, outra ranhura no grupo: não há qualidade. Um compêndio de tentativas rebarbativas de fazer com que rock e reggae se encaixem em canções como “Wherever You Go” e “House Party” não passam de um Limp Bizkit piorado.

As influências jamaicanas do reggae e dub permeiam a sofrível sequência “Been Losing Sleep” e “Promise Land Dub”. Quando parece que o grupo quer recarregar as forças do hardcore perdido em “Best of Me” é tarde demais: as piores músicas do Blink-182, de longe, a superariam facilmente.

Energia, no entanto, não falta em “Sirens”. Melhor seria aproveitar essa carga para uma empreitada diferente. Deixem Nowell descansar em paz…L

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https://www.youtube.com/watch?v=2WuL1N-3Gx4 Batida Nacional: “Magia Digital”

Gravadora: Independente

Formado pela atriz Nanda Costa, o DJ Deeplick e o percussionista Lan Lan, o coletivo Batida Nacional foi idealizado durante a Feira Literária de Paraty (Flip) de 2014 e investe no som que alguns críticos convêm chamar de pós-tropicalismo. Além da clara referência a Gilberto Gil e Carlinhos Brown, o disco de estreia do trio reprocessa Bonde do Rolê, Gang do Eletro e Jorge Ben Jor (maior influência) em seu caldo musical, que soaria melhor se estivesse próximo do Carnaval. Reforçando clichês (“Que Golaço”) e inserindo reverbs eletrônicos em temas tropicalescos (“Bananeira Song”), a Batida Nacional enfatiza o que já estamos cansados de ouvir há muito tempo. Não é colocando um synth aqui, outro efeito ali, que a mensagem ficará mais interessante.

Philip Long: “Zeitgeist”

Gravadora: Grama Records

O paulista Philip Long já lançou nove discos em quatro anos. Todos parecem meio obsessivos por Elliott Smith e folk britânico, e “Zeitgeist” não seria diferente. A diferença é que os arranjos, por mais que sejam melancólicos, possuem mais elasticidade – com destaque para a produção de Eduardo Kusdra. Isso deixa o ouvinte mais atento às composições. Em “Daniel”, fala de um rapaz gay que não pode evitar a hipocrisia da sociedade. “Tired of Being a Boy” reclama de ter que “agir como homem”. Todas as composições são em inglês, barreira que a música independente já ultrapassou há mais de uma década. Long aproveita sabiamente disso.

https://www.youtube.com/watch?v=E1IvK2kETeg Ratatat: “Magnifique”

Gravadora: XL

Cinco anos após “LP 4” o duo Ratatat novamente brinda os ouvintes com temas instrumentais edificados de maneira progressiva. Mike Stroud e Evan Mast sempre mantiveram alheios ao desenvolvimento da ‘cena’ eletrônica. O que oferecem na singela faixa-título dá vontade de relaxar os músculos. “Countach” contorna o grime, mas pertence mesmo à melhor gema do dance psicodélico. “Nightclub Amnesia” retrabalha as guitarras, assim como o Chemical Brothers em suas melhores investidas, enquanto a ginga de “Cold Fingers” nos remonta ao francês Bernard Szajner. O que se conclui, então, deste quinto álbum do duo do Brooklyn? Que não haveria título mais adequado.

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https://www.youtube.com/watch?v=f7wkRET0hbo Vaso: “Vaso”

Gravadora: Quintavant

O quarteto que forma o Vaso pode ser chamado de supergrupo. Nos meios da ‘música torta brasileira’, Cadu Tenório, Alexander Zhemchuzhnikov (Sobre A Máquina), Felipe Zenícola (do Chinese Cookie Poets) e Paulo Dantas são referências. A habilidade em desconstruir melodias, musicar barulhos e reagrupar sonoridades corriqueiras dentro de uma proposta noise-jazz ganha curioso contorno coletivo nas três faixas do álbum. O impacto previsto pela banda é certeiro: é como “ um vaso que cai sobre a cabeça de um passante”.

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