
Por muito tempo, cientistas tentaram entender a relação entre música e cor, a ponto do físico Isaac Newton desenvolver uma teoria de que cada uma das sete cores do espectro se relacionava de alguma forma com as sete notas da escala diatônica (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si).
O fato é que, apesar dessas relações nunca terem sido comprovadas, existem pessoas que ao ter alguma experiência sensorial, realizam outra de maneira instantânea e este distúrbio é chamado de sinestesia. Ou seja, o cérebro de determinadas pessoas pode criar, por exemplo, relações entre acordes, tons ou músicas com determinadas cores.

O médico e escritor Oliver Sacks relata em seu livro ‘Alucinações Musicais’ (2007) que a incidência de sinestesia é de 1 em cada 2 mil pessoas, porém esse número pode ser maior, já que boa parte das pessoas que possui não se incomoda e não relata aos médicos que possui este distúrbio. A sinestesia musical é uma das mais comuns e normalmente acontece com pessoas que possuem alguma ligação com música. “Muitas das pessoas que recentemente me contaram de sua sinestesia musical são músicos”, diz.
Sacks relata o caso de um compositor contemporâneo chamado Michael Torke que relaciona cores com tons musicais desde criança. Para ele uma música em Ré Maior sempre foi azul. Torke acreditava que isso era comum entre as pessoas, pois essas imagens em sua cabeça estavam presentes desde sempre. “As cores que ele vê com tons musicais têm sido absolutamente fixas e consistentes por quarenta anos ou mais”, relata Sacks.

Outros compositores também “sofrem” deste distúrbio, mas cada um pode enxergar cores diferentes para determinados tons musicais. Não existe uma regra de cor para cada tom; é algo criado no cérebro de cada um.