O Boogarins é uma banda jovem de rock psicodélico, nascida em Goiânia da amizade entre Fernado Almeida e Benke Ferraz. O som dos rapazes lembra o rock psicodélico dos Mutantes atualizado para os dias atuais, mas o “boom” vivido por eles lembra o estouro e o glamour das bandas de antigamente. Eles são um dos destaques nacionais do Lollapalooza 2015.
Nome inspirado
O nome Boogarins vem de um livro que explica o significado do nome das flores. Bogarim é, segundo o livro, uma flor que exala “amor puro”, o “o” a mais vem para lembrar a palavra “boogie”. (movimento rítmico derivado do blues)
Gravação caseira
Os dois amigos de colégio se reuniam aos domingos para gravar suas composições e foi dessa total despretensão, com a bateria captada com o microfone do laptop, que nasceu o primeiro álbum da banda, “As Plantas que Curam”, gravado em 2013. “Coisas como beat, equalizador e masterização eram abstratas para nós. Só queríamos sair com algo, e o que importava era soar bem” disse Benke ao jornal “O Globo”.
Despretensão que deu sorte
Depois de gravado o álbum, a dupla convidou os músicos Hans Castro (bateria) e Raphael Vaz (baixo) para tocar com eles, completando a formação atual. Foi aí que, mais uma vez de forma despretensiosa, os Boogarins resolveram divulgar seu material para blogs e selos estrangeiros. O resultado foi mais rápido e surpreendente do que eles poderiam imaginar.
O poder do Facebook
O músico norte-americano Gordon Zacharias (que hoje é o empresário do Boogarins nos EUA) acabou ouvindo o material da banda em algum dos blogs e começou a falar com Benke pelo Facebook. O papo resume mais ou menos o sonho de todo adolescente que tem uma banda independente: Gordon disse que tinha mostrado o som dos rapazes para alguns amigos de Nova Iorque que tinham um selo e que eles estavam bastante animados. O selo era o “Other Music”, uma famosa loja de discos de Nova Iorque que virou gravadora.
No gosto dos estrangeiros
Os estrangeiros ficaram realmente animados com a música da banda, tanto que o resultado foi nada menos que um contrato de três discos com o selo Other Music Recording, e distribuição pela Fat Possum Records, que tem nomes como Black Keys e Band of Horses em seu currículo. O crítico Jon Pareles, do New York Times, escreveu: “Eles têm as doces circunvoluções melódicas da Tropicália, métricas divertidamente não convencionais e, em alguns momentos, a hipnose modal de São Francisco encontrada em bandas como Jefferson Airplane.” O álbum “As Plantas que Curam” foi lançado nos EUA e na Europa em CD, vinil, mp3 e fita cassete (sim), aqui no Brasil o disco pode ser escutado via streaming. Vale lembrar que tudo isso aconteceu antes mesmo dos rapazes terem tocado ao vivo pela primeira vez!
De Goiânia para o Mundo
No dia 10 de março de 2013 a banda iniciou uma turnê mundial por 11 países, fazendo 60 shows ao todo, em festivais como South by Southwest e Primavera Sound, ao lado de Caetano Veloso e Rodrigo Amarante, além de bandas gringas de sucesso como Arcade Fire. “Tudo é surreal. E aconteceu muito rápido. É muito bom fazer as coisas que a gente sempre sonhou em fazer. Só que seis meses atrás a gente não imaginava nada disso que está acontecendo hoje. Não tínhamos noção. Quando a gente tocou, em outubro, em São Paulo e São José no mesmo dia, já pensamos: “Uau!”. Imagina estar numa turnê grande dessas? Quando a gente olha aquele tanto de data e lugares, e as pessoas de fora vêm falar pelo Twitter que vão no show da cidade tal, isso dá um orgulho desgramado. Ao mesmo tempo que é inacreditável”, conta Benke em entrevista para blog “Popload”, do portal UOL.