A atriz Deborah Secco já passou por inúmeras mudanças de visual para dar vida a diferentes personagens. A mais recente foi a mais radical delas: ela emagreceu 11kg em 2 meses para interpretar Judite, uma jovem soropositiva no filme “Boa Sorte”. “Tenho 55 kg e para o filme consegui chegar a 44 kg”, conta.
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A dieta de Deborah Secco foi feita com acompanhamento médico para que a perda de peso acontecesse de forma saudável, embora precisasse ficar com o aspecto de doente. No cardápio para emagrecer, nada de carne, glúten, lactose ou carboidratos.

Mas a aparência física não foi a única mudança pela qual Deborah passou. Lidar com histórias de mulheres com Aids foi um dos seus principais desafios para compor o papel. Ao conhecer portadoras do vírus HIV, ela diz ter mudado seus valores e passado a priorizar coisas que antes não costumava dar muita atenção. “Conheci pessoas quem tinham um olhar sereno, de aceitação de que essa guerra já está perdida desde quando a gente nasce. Não adianta lutar para viver, todo mundo vai morrer. Mas eu não tenho essa visão. E eu ficava revoltada, queria curar os pacientes, mas eles mesmos não pensavam assim, diziam que estava tudo certo”, lembra.
Uma das histórias marcou mais. “Conversei com uma menina de oito anos e perguntei como ela conseguia ficar bem sabendo que iria morrer. Ela respondeu que eu também iria e podia até ser antes dela. Nunca tinha pensado na morte antes desse filme. Acho que só agora de fato descobri que vou morrer”, assume.
Casos de Aids no Brasil

A história vivida por Deborah na ficção é uma realidade na vida de muita gente. Estimativas sugerem que no Brasil existem cerca de 500 mil pessoas vivendo com o HIV, mas muitas sequer sabem que estão contaminadas com o vírus.
E engana-se quem pensa na existência de grupos de risco determinados. No Brasil, os números são crescentes especialmente entre mulheres na faixa dos 50 anos e nas jovens, segundo dados da UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e da CRT-Aids (Centro de Referência e Treinamento em Aids do Estado de São Paulo). E 96,6% dessas mulheres contaminadas vivem relações heterossexuais estáveis. “Elas não foram habituadas ao uso de medidas preventivas e acreditam na felicidade de seus cônjuges”, a infectologista Simone Tenore.
Combate à Aids

A principal forma de transmissão da Aids é a relação sexual e, como ainda não existe vacina, a melhor forma de prevenir continua sendo o uso de preservativos. “Se você fez sexo sem camisinha e está preocupado, a recomendação é aguardar até três semanas para se submeter ao exame, tempo que o sistema imune leva para criar anticorpos contra o HIV”, explica o infectologista Alberto Chebabo, do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica.
Mas se o risco de infecção for extremamente alto, é importante procurar o serviço de saúde em até 72 horas. “A prescrição de drogas nesse período pode evitar que o vírus invada as células de defesa. Quanto mais precoce é o início da medicação, melhor a eficácia em prevenir a infecção”, diz.
HIV: tratamento
O diagnóstico precoce é fundamental, no entanto, o médico diz que alguns fatores que ainda atrapalham a identificação da doença, como o preconceito que relaciona o HIV à promiscuidade ou ao uso de drogas ilícitas e o próprio medo da morte, que fazem com que muita gente evite o exame da Aids. “O apoio de psicólogos e assistentes sociais é essencial, principalmente para passar informações corretas e confiáveis sobre a doença”, observa.
Para saber o posto mais próximo basta acessar o site do Ministério da Saúde ou ligar para 156. Os testes anti-HIV estão disponíveis no Sistema Único de Saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento em todo o Brasil. “Se o exame preliminar der positivo, o protocolo é pedir um teste confirmatório. Por ser mais caro, só é indicado para as situações em que o risco de soropositividade é elevado. Seu nível de precisão é ainda maior, mas a resposta também demora um tempinho, pois o sangue passa por uma segunda análise no laboratório”, explica.