Ney Matogrosso revelou detalhes sobre o romance que viveu com Cazuza neste domingo, 29, em entrevista para a coluna de Mônica Bergamo, do jornal “Folha de São Paulo”. Os cantores se conheceram em 1979, quando o artista ainda era conhecido apenas como o filho de João Araújo (ex-presidente da gravadora Som Livre). Ney já trilhava o sucesso com o grupo Secos e Molhados. Com uma diferença de idade de 21 anos – Cazuza tinha 18 anos quando o conheceu – os músicos namoraram por 4 meses.
Sobre o namoro, o cantor revelou que o relacionamento foi intenso. “Foi pouco tempo. Uns quatro meses de labaredas. A maior dificuldade foi quando a família ficou sabendo. Nós saíamos para todo lugar juntos, não escondíamos de ninguém. O problema era ele ter uma relação homossexual com alguém famoso. Imagine: o filho do João Araújo está namorando o Ney. Quem ainda não sabia da sexualidade dele ficou sabendo”.
O cantor ainda comentou sobre a intimidade do ídolo: “Éramos muito apaixonados. Eu conheci um Cazuza que poucos conheceram. Um Cazuza desarmado, que, na intimidade, era a pessoa mais doce, que era encantador, por quem me apaixonei. Era carinhoso, bonitinho, sabe? Ele confiava em mim. Sabia que o que eu sentia era de verdade”.
Sobre o final do relacionamento, Matogrosso confessou que a dependência de drogas de Cazuza foi um dos motivos do término. “Ele desapareceu por três dias. Daí chegou em casa com um traficante de pó todo sujo. Eu disse: ‘Ó, você pode sair daqui. Você e esse camarada. Não quero vocês dentro da minha casa, não’. Ele cuspiu em mim. Eu dei um bofetão nele e disse: ‘Ai, sai daqui… drogado!’. E eu também era drogado”.
Questionado se foi consultado para o roteiro do programa “Por Toda a Minha Vida”, que homenageará o ex-líder do Barão Vermelho, Matogrosso negou. “Eu nem sabia que esse especial da Globo abordaria a minha história com o Cazuza. Acho muito estranho mesmo estarem fazendo isso sem me consultar. Só soube porque ligaram para um assessor pedindo para me perguntar qual era o meu carro quando conheci o Cazuza. Não tenho noção do que eles pretendem. A minha história com ele só quem pode contar sou eu, o único que sobrou”.
Por Annie Lattari, do Te Contei