Não falta personalidade em Florence + The Machine; veja 5 lançamentos da semana

por | jul 26, 2016 | Entretenimento

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Além do novo álbum do Florence + The Machine, falamos sobre os lançamentos de Jason Derulo, Major Lazer, Jamie xx e o festivo The Darkness.

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Confira:

Florence + The Machine: “How Big, How Blue, How Beautiful”

Gravadora: Island

Em meia década, Florence Welch tornou-se uma das principais porta-vozes de corações partidos. Aos 28 anos, representa a juventude – uma juventude irada, que se irrita facilmente com emoções desapontadas e não tem medo de clamar aos sete ventos o quanto as emoções individuais importam, sim.

A banda Florence + The Machine não canta para essa geração – canta, por esta geração. E canta alto.

A soberba do título do 3º disco aplica-se bem às canções da britânica. O notável produtor Markus Dravs inseriu as guitarras em arranjos orquestrais impactantes – algo que tornou-se marca da geração indie anos 2000, que ele aplicou genuinamente em discos como “The Suburbs” (Arcade Fire, 2010) e “Sigh No More” ( Mumford & Sons, 2011).

“What Kind of Man” evoca os extremos dessa produção maciça; os riffs pausados e a justaposição da bateria de Christopher Lloyd Hayden vão servir muito bem à cantora quando se apresentar em grandes festivais, com Bonarroo e Lollapalooza.

Na verdade, praticamente todas as canções de “How Big, How Blue, How Beautiful” têm o efeito de cravar o ouvinte do começo ao fim. “Queen of Peace” faz isso com a levada dos metais; “Delilah”, apesar de parecer melancólica, não demora a assumir uma veia enérgica: “Eu vou ser livre, e eu ficarei bem/Esperando você ligar”.

Encerrando o disco, “Mother” é a que mais destoa da unidade musical do álbum. Com produção de Paul Epworth, Florence adentra levemente um terreno familiar à música gospel. Impor a personalidade musical, para ela, é importante – por isso a canção alterna entre a calmaria mantida pelo baixo e os estrondos vocais da cantora.

Jason Derulo: “Everything is 4”

Gravadora: Warner Bros

Uma canção, uma participação, uma produção, e temos um hit (ah, sim, você ouviu “Wiggle”, com Snoop Dogg, milhares de vezes). Não temos, porém, um hitmaker.

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Longe de ser um talento, Jason Derulo é mais um dos muitos produtos fabricados na cena R&B. Stevie Wonder participa em “Broke”, Julia Michaels faz um dueto errôneo e cheio de maneirismos descartáveis em “Trade Hearts” e, com os piores vocoders pairando, Jennifez Lopez faz aparição em “Try Me” sobre batidas pré-programadas.

A letra de “Get Ugly” é uma oportunidade perdida: ao invés de dizer algo interessante sobre a exigência dos padrões de beleza, Derulo enrola a língua e diz para os “filhos da mãe sexy” se tornarem “feios”, porque são “sexy demais para mim”.

Feio…? Feio é o que o disco “Everything is 4” causa aos nossos ouvidos.

Major Lazer: “Peace is the Mission”

Gravadora: Mad Decent

Diplo consolidou carreira como disputado produtor da tal música pop exacerbada. Com produções extravagantes, deu a Chris Brown, Santigold, Justin Bieber e à esposa M.I.A. o aparato necessário para bombardear nas pistas.

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Foi com o projeto solo Major Lazer, porém, que Diplo fixou-se melhor ao seu público. “Peace is the Mission” é o terceiro disco do projeto, e não foge nada da proposta anteriormente apresentada.

Do reggae portentoso de “Blaze Up the Fire” (com Chronixx) ao breakbeat de “Roll the Bass”, o álbum acumula participações de Ariana Grande (“All My Love”), os rappers Pusha T e 2Chainz (“Night Riders”) e os parceiros do barulho e DJ Snake em “Lean On”, principal hit do álbum, que ainda vai tocar milhares e milhares de vezes nas rádios.

Jamie xx: “In Colour”

Gravadora: XL/Young Turks

É diferente do trabalho do The xx, pra começo de conversa. Destoa, também, do disco em que sobrepõe batidas em composições de Gil Scott-Heron (“We’re New Here”, de 2011).

“In Colour” pode ser considerado, de fato, o primeiro álbum solo de Jamie xx. Paira aquela aura de música eletrônica underground londrina: mais melodias, batidas lineares e vocais R&B.

“Sleep Sound” e “Stranger in a Room” (com Oliver Sim) são duas boas pepitas nessa direção. A colaboração com Popcaan e Young Thug em “I Know There’s Gonna Be (Good Times)” não apenas exibe o fluido diálogo entre dancehall, rap e música eletrônica, como mantém-se firme como uma das principais justificativas para ouvir “In Colour”.

The Darkness: “Last of Our Kind”

Gravadora: Canary Dwarf Limited

Led Zeppelin, Spinal Tap, New York Dolls: todas essas referências são evidentes no som do The Darkness, mesmo que muitos associem a banda a algo aloprado e datado (culpa do hit “I Believe in a Thing Called Love”).

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“Last of Our Kind” é o quinto disco do grupo britânico que melhor representa o glam-rock na atualidade. O fator diversão perdura em faixas como “Open Fire” e “Sarah O’Sarah”.

Nada original, mas, ainda assim, garante bons momentos nas pistas das baladas de rock.