Se você não conhecia Naná Vasconcelos, deveria. Um dos maiores percussionistas do mundo, o pernambucano de 71 anos morreu por conta de um câncer de pulmão.
Naná é um daqueles músicos mais conhecidos fora do Brasil que pelos próprios brasileiros. Tocou com alguns dos maiores jazzistas do mundo, além de ser uma das maiores influências no instrumento que melhor dominava: o berimbau.
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Confira 10 curiosidades sobre o músico. R.I.P.
#1 Maior percussionista do mundo
Considerado “o melhor percussionista do mundo”, o pernambucano Naná Vasconcelos (nascido Juvenal de Holanda Vasconcelos) faturou 8 Grammys em quase meio século de carreira.
#2 Elogiado pela Downbeat
A revista Downbeat, uma das mais prestigiadas do jazz, o considerou o melhor percussionista do mundo por 8 vezes.
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#3 Percussões ‘hipnóticas’
Contemporâneo de músicos como o violonista Egberto Gismonti e o multi-instrumentista Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos tinha o dom de hipnotizar com suas percussões, evocando sons que pareciam ser extraídos da natureza. O jornalista da revista piauí Paulo Costa e Silva chegou a comentar: “Uma coisa de louco, uma epifania coletiva”.
#4 Mestre brasileiro
Quando se fala em música afrobrasileira, Naná é tido como um dos grandes mestres: samba, jongo, maracatu e ‘brazilian jazz’ fizeram parte de seu repertório multiestilístico.
#5 O berimbau
O berimbau era um dos instrumentos que mais dominava. No disco “Africadeus” (1975), seu primeiro registro solo, ele radicalizou a sonoridade que se pode extrair do berimbau.
#6 Vida no estrangeiro
Apesar de ser praticamente uma ‘instituição’ brasileira, Naná Vasconcelos morou 27 anos nos Estados Unidos e em Paris. Suas viagens iniciaram quando o saxofonista argentino Gato Barbieri o convidou, em 1970, para uma turnê.
#7 Ao lado dos gigantes
Na década de 1970, Naná Vaconcelos tocou e influenciou músicos do porte de B.B. King, Paul Simon e Pat Metheny. Em 1978, formou o grupo de jazz Codona, ao lado do trompetista Don Cherry e o citarista Collin Walcott. O trio tornou-se uma das grandes referências do ‘world jazz’, unindo as possibilidades da música eletrificada com as melodias criativas do jazz.
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#8 “Dança das Cabeças”
O álbum mais elogiado de Naná é “Dança das Cabeças”, de 1974. Gravado com Egberto Gismonti, deu à MPB um ar ‘naturalista’, em que sons percussivos enérgicos flertam com a sofisticação harmônica de Gismonti.
#9 Carnaval do Recife
Apesar de pouco conhecido no Brasil, Naná Vasconcelos era responsável por abrir o Carnaval de Recife, todo ano, à frente de um grupo de 500 ritmistas de maracatu. “Quando estou no palco da abertura do Carnaval, por exemplo, não me sinto superior a ninguém. Sou um canalizador de energias. E naquele momento, lido com energias dos outros, positivas e negativas, que misturam alegria, competição e até insegurança. Consigo unir ali nações que muitas vezes são adversárias, que competem no Carnaval”, declarou ao Jornal do Commercio.
#10 Última contribuição
Sua última contribuição artística: ele foi um dos responsáveis pela trilha sonora de “O Menino e o Mundo”, animação brasileira que concorreu ao Oscar, em 2016.
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