
Quentin Tarantino, dentre outras coisas, é muito conhecido por suas trilhas sonoras impactantes, jamais esquecidas pelos espectadores. O diretor é mestre em casar música com a ação da cena das formas mais inusitadas possíveis, fazendo com que muitas delas fiquem conhecidas por seus filmes.
O aclamado e sanguinário Tarantino, antes de se tornar diretor e roteirista era apenas um balconista de locadora, ambiente perfeito para a formação de um futuro cineasta. Não é a toa que suas películas são uma grande colcha de retalhos cheias de influências e homenagens que o diretor presta a seus filmes e diretores favoritos, o que alguns julgam como plágio.
As trilhas sonoras escolhidas pelo diretor também são carregadas de influências da sua bagagem cinematográfica que vão do terror-trash ao velho faroeste.
Confira algumas músicas que ficaram marcadas por embalar grandes cenas do diretor.
Cães de aluguel (1992)
Stealeres Weel: “Stuck in The Middle With You”
https://www.youtube.com/watch?v=Hqaa9I_3CiIhttps://www.youtube.com/watch?v=Hqaa9I_3CiI
“Cães de Aluguel” foi o primeiro longa-metragem de Tarantino e nessa cena há um exemplo do estilo que virou sua marca registrada. A trilha sonora bem humorada durante uma cena de violência pesada é formula perfeita do humor excêntrico de Tarantino. A dancinha de Mr.Blonde fecha com estilo a cena que entrou para história do cinema e fez da música ’Stuck in the Middle with You” aquela música que toca na “cena em que o cara corta a orelha do outro naquele filme do Tarantino”….
Pulp Fiction (1994)
Urge Overkill: “Girl You Will Be a Woman Soon”
Chuck Berry: “You Can’t Never Tell Me”
“Pulp Fiction” é o filme mais premiado de Tarantino e é considerado por muitos a sua grande obra-prima. Talvez tenha sido por isso que foi difícil escolher apenas um momento do filme em que o diretor fez a trilha brilhar tanto quanto os atores em cena.
A clássica cena de Uma Thurman, musa eterna do cineasta, dançando na sala é embalada pela versão de Urge Overkil, gravada em 1994, da música “Girl You Will be a Woman Soon”, originalmente gravada por Neil Diamond em 1967.
Já a clássica cena da dança de Uma Thurman e John Travolta na lanchonete é inspirada em uma cena do filme “8 ½”, clássico de Federico Fellini.
Kill Bill Vol.1 (2003)
Bernard Herrman: “Twisted Nerve”
https://www.youtube.com/watch?v=1JsaNjEMdA4.
Esmeralda Suite: “Don’t Let Me Be Misunderstood”
Talvez esse seja o assobio mais famoso da história do cinema. Quem diria que essa trilha, na realidade, vem de um filme de terror homônimo (“A morte tem cara de anjo”, em português) da década de1960, mais precisamente 1968.Herman foi parceiro de Alfred Hitchcock e compôs, “apenas”, a trilha sonora de “Psicose”.
A uma cena épica de “Kill Bill”da batalha final entre Uma Thurman e Lucy Liu não podia faltar. Nela já vemos o gosto de Tarantino por cenas de escalpos cortados.
A música “Don’t Let Me Be Misunderstood” tem uma quantidade enorme de versões e já foi gravada por grandes nomes desde os anos 1960. A canção foi originalmente escrita pelos compositores Bennie Benjamin, Sol Marcus e Gloria Caldwell/Horace Ott para ser gravada na voz da cantora norte-americana Nina Simone, mas só fez sucesso quando foi gravada pela banda The Animals.
Bastardos Inglórios (2009)
David Bowie: “Cat People (Putting Out Fire)”
David Bowie tocando em uma cena que se passa na década de 1940? Isso é Tarantino.
Bom é claro que a escolha da trilha não foi aleatória: “And I’ve been putting out fire with gasoline”. Por que será?
Django Livre (2012)
Anthony Hamilton & Elayna Boynton: “Freedom”
https://www.youtube.com/watch?v=z_5umimLnvM
Rick Ross: “100 Black Coffins”
“Django” é mais um exemplo em que o diretor faz uso de trilhas contemporâneas em um filme que se passa em 1858.
Tarantino não se contentou apenas em colocar uma trilha atual, mas sim um RAP na cena em que “Django” está adentrando o território dos homens que torturaram sua esposa.
Além do rap ser originalmente uma música negra de protesto, a faixa em especial, que traduzida para português significa “cem caixões negros”, fala justamente sobre escravidão.
Repare que o personagem “Django” parece estar cavalgando no ritmo da música, dando a impressão de que ele está dançando ao som do rap.