Invasão britânica: entenda mais sobre a onda que revolucionou a música

Hoje se fala muito sobre a globalização, sobre a facilidade com a qual a internet e as redes sociais levam notícias de um canto do mundo para outro em questões de segundos; uma moda que começou na China pode influenciar jovens do Brasil todo. Pensa-se que este é um fenômeno recente, mas a verdade é que o que estamos vivendo hoje já acontecia no passado, quando as redes sociais e a internet nem sonhavam em existir e a grande responsável foi a música.

Por séculos, os povos de diferentes regiões trocaram elementos de suas culturas. A chamada “guitarra espanhola”, da música flamenca, deriva da cítara hindu e chegou ao Oriente Médio pelas mãos dos romanos. E ela é apenas um exemplo dentre tantos.

Assim também aconteceu com as músicas da era contemporânea, como o rock e pop. Dentro da evolução da música internacional, a chamada Invasão Britânica foi um dos fenômenos de maior impacto,  vivido por jovens de gerações passadas e acalmado até hoje por jovens da nova geração.

A primeira onda

https://youtu.be/z9ypq6_5bsg

Na primeira metade dos anos 60, a música norte-americana vivia um momento de esplendor. O rádio seguia como o principal difusor da música e o boom do rock’n’roll cedia espaço para novos gêneros como o eletric folk de Bob Dylan e o soul e o funk de Motown. Mas isto tudo foi sacudido pela invasão de bandas inglesas que mudaram a configuração do mosaico musical do mundo inteiro.

Muitos dizem que a invasão britânica começou com a chegada dos Beatles a Nova York em 1964. Na realidade, já nos anos 50, artistas como Tommy Steele já tinham alimentado a audiência norte-americana, mas careciam de um elemento original que mudaria completamente o cenário atual, algo que os Beatles tinham de sobra.

O êxito estrondoso dos Beatles abriu espaço para os The Rolling Stones, The Who, The Kinks, The Dave Clark Five, The Hollies, entre outros tantos. Talvez o mais curioso da invasão britânica não seja o fato dessas bandas terem mudado o curso da música popular dos Estados Unidos e do mundo (deixando legados eternos), mas o fato de que todas elas tinham como influência primária a própria música americana dos anos anteriores, do jazz e, principalmente, do blues. Mick Jagger e Keith Richards, por exemplo, são devotos conhecidos de Muddy Waters e Jimmy Reeds, grandes nomes do blues.
 

A Segundo Onda
A partir daí, todas as bandas que estouraram na virada dos anos 60 para 70 (já com um som hard rock) partiram do blues. Estamos falando de Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple, as três grandes bandas que concretizaram as bases para o surgimento do heavy metal. Se você escutar as canções destas bandas, notará que sua essência é um blues com distorção pesada. Isto se impregnou nos próprios músicos americanos do momento como Jimmy Hendrix e Janis Joplin.

Até hoje
Depois da “segunda onda” ainda houve a New Wave of British Heavy metal, da qual o Iron Maiden é o principal expoente, e o movimento punk, com bandas como The Clash e Sex Pistols. Outros britânicos ‘das antigas’ estão aí até hoje com grande relevância, como: Eric Clapton, Elton John, David Bowie, Tom Jones, Elvis Costello, Queen, George Michael, Sting, Rod Stewart, etc. De gerações mais recentes podemos citar Blur, Oasis, Joss Stone, Coldplay, Amy Winehouse e Adele.
Além disso, a partir dos anos 80, o indie rock britânico vem fazendo a cabeça dos jovens alternativos das novas gerações.