Recentemente lançado, o trailer do próximo filme do Thor, da Marvel, bateu recordes de visualização e empolgou os fãs. Os motivos foram, principalmente, o já costumeiro clima de aventura, a trilha sonora com Led Zeppelin e, claro, o Hulk. “Thor: Ragnarok” será o terceiro filme da franquia baseada nos quadrinhos que, por sua vez, pegaram emprestados da mitologia nórdica elementos fantásticos do Deus do Trovão.
Os povos que habitavam o norte da Europa deixaram como legado uma série de mitos e lendas tão ricos quanto dos gregos, mas talvez menos conhecidos. Hoje, essa região é composta por Dinamarca, Noruega, Finlândia, Islândia e Suécia. Um de seus personagens mitológicos mais famosos é Thor, deus do trovão. Ele é filho de Odim e todos os deuses, deusas e demais figuras do panteão habitam a terra de Asgard.
Mas muito do que o filme mostra é bem diferente do mito original. Você sabia, por exemplo, que o Thor da mitologia nórdica era barbudo, ruivo e casado? E isso é só o começo de uma lista de discrepâncias.
Thor da mitologia nórdica X Thor dos filmes
Barbudo, ruivo e casado
De acordo com registros mitológicos, o Thor que os nórdicos acreditavam era ruivo e barbudo. Além disso, ele vestia roupas menos sofisticadas, mais próximas de um guerreiro comum. Há representações que mostram o filho de Odin gordo e corpulento, já que, conta-se, ele se alimentava de um boi inteiro e três barris de hidromel a cada refeição.

Se nos filmes vimos o ator Chris Hemsworth – loiro e com porte físico atlético, aliás – interpretando o deus/herói e tendo Natalie Portman como par romântico na forma da personagem Jane Foster, na mitologia isso é bem diferente. Thor era casado com Syf, a deusa da terra e dos campos de trigo.
Árvore cósmica

Para a mitologia, existia uma árvore interligando os nove mundos que formavam os reinos de suas crenças. Chamada de Yggdrasil, ela sustentava o que os nórdicos acreditavam como céu, inferno e terra, por exemplo. As representações da época não tinham conhecimento de galáxias e planetas. Isso foi algo que a Marvel soube bem acrescentar no conceito da árvore cósmica, como é possível ver nos créditos finais do primeiro filme.
Filhos de Heimdall
Conta-se que o guardador da Bifrost – a ponte de arco-iris entre Asgard e a Terra – certa vez teria ficado muito curioso em conhecer os mortais a ponto de ter passado um tempo por aqui. Disfarçado, ele ficava na casa de várias pessoas e dormia na mesma cama que o casal hospitaleiro.
Heimdall então se aproveitava do sono pesado dos homens para curtir a noite com as mulheres. Dessa forma, ele teria deixado vários filhos e filhas espalhados pela Terra. A versão do cinema, vivida por Idris Elba, ainda não fez nenhuma menção à paternidade.
Deuses astronautas
Em diversos trechos, os filmes do Thor se preocupam em explicar que os personagens não são deuses, como nas histórias mitológicas. Odin (Anthony Hopkins) chega a falar que eles são vistos como divindades pela humanidade, mas que, na verdade, são apenas diferentes. Não chega a ficar claro se são extraterrestres. Para deixar claro que não se tratam de seres mágicos, os filmes da Marvel explicam que humanos consideram magia toda a tecnologia que não conseguem entender.
Loki é mãe de um cavalo
Tom Hiddleston é o ator que conquistou os fãs dos filmes da Marvel por conta de seu carisma no papel de Loki, o meio irmão vilão de Thor. Mas nem com todo seu bom humor ele seria capaz de explicar essa história de maternidade equina sem se constranger.

Uma das lendas nórdicas conta que os deuses fizeram uma aposta com um gigante, que deveria concluir uma construção no prazo determinado. Caso contrário, a obra sairia de graça para os asgardianos. O gigante tem, então, a permissão de usar um cavalo para ajudar na construção.
Deus da trapaça e capaz de aparentar qualquer forma, Loki se transforma numa égua para seduzir o cavalo e, assim, atrapalhar o andamento da obra do gigante. Seu plano dá tão certo – ou tão errado, dependendo do ponto de vista – que ele engravida do corcel e da à luz Sleipnir, um cavalo de oito patas e a criatura mais rápida que existe na mitologia nórdica.
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