Como o sucesso dos toca-discos na Amazon afeta a indústria

Um fato aponta: o revival do vinil é muito mais que uma onda hipster. Somando os países em que opera, a Amazon vendeu pelo menos um toca-discos por minuto no período de fim de ano.

Foram mais toca-discos vendidos que qualquer outro aparelho caseiro de áudio já vendido no período de Natal e Ano Novo.

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Música analógica vive

Esse crescimento exponencial do interesse por toca-discos mostra não apenas o crescimento do mercado de vinis na indústria musical. Ao contrário do que aparenta, a música analógica está longe de morrer, apesar do crescimento de plataformas de streaming como Spotify, Deezer e o recente Apple Music, que já conta com 10 milhões de assinantes em menos de um ano de lançamento.

Para chegar a isso, manter o preço baixo foi crucial. O aparelho mais vendido, o Jensen JTA-230 com três velocidades de canais e alto-falantes, baixou de US$ 80 (ou R$ 324) para US$ 49 (R$ 198) – uma queda de 39% ( imagem abaixo).

Num mercado em que o preço é tão crucial para se manter, este pequeno ‘aceno’ mostra que o público ainda mantém, sim, interesse em ouvir música por um aparelho de reprodução analógica, como o toca-discos.

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Cresce venda de vinis, por que não de toca-discos?

Uma pesquisa da consultoria especializada Nielsen mostrou que, nos Estados Unidos, a venda de LPs saltou de menos de meio milhão de unidades, em 1993 (auge da era do CD), para mais de 6 milhões, em 2013, ano em que o streaming se consolidou.

De acordo com a HMV, gigante britânica do entretenimento que controla o varejo de produtos de entretenimento, este é um hábito que deve aumentar com o passar dos anos. Eis o que disse o chefe-executivo da empresa, Ian Topping:

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Caro no Brasil

No Brasil, a única fábrica de vinis, a carioca Polysom, registra um aumento anual médio de 60% na venda de LPs.

No entanto, o toca-discos não é um aparelho tão barato por aqui. Um dos modelos mais vendidos do mercado, o CTX Classic, não custa menos que R$ 620.

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