Após interpretar o polêmico bandido Nandinho da Bazuca no seriado “A Lei e o Crime”, em 2009, Ângelo Paes Leme agora completa o quarteto de protagonistas da novela da Record “Ribeirão do Tempo”, com estreia prevista para maio, ao lado de Bianca Rinaldi, Caio Junqueira e Juliana Baroni.
Em entrevista ao TE CONTEI, o ator fala das boas intenções de seu personagem e das ciladas em que ele irá se meter quando se envolver num triângulo amoroso formado por Karina (Juliana Baroni) e Filomena ( Liliana Castro): “O Tito não é um conquistador e nem um mocinho romântico. O triângulo amoroso não será uma situação fácil na vida dele. Este é um personagem contemporâneo, que vive no mundo real e está sujeito a passar por todas as situações normais do cotidiano”.
Ângelo tem encontrado muito de si no texto de Marcílio Moraes, como a paixão por esportes. Morador da capital carioca, onde a prática de modalidades radicais é favorecida, ele comemora a chance de poder deixar a adrenalina fluir até na ficção. “O meu contato com o esporte sempre foi com água, porque gosto de surfar. Agora, por conta da novela, tenho a oportunidade de praticar esportes no ar, nas aulas de paraquedismo. Fiz alguns saltos e foi sensacional! Depois que você salta, o prazer de viver fica maior, você se sente mais vivo. O gosto pelo salto ficou no meu sangue. É uma adrenalina muito gostosa e a sensação de realização é muito grande. Me senti mais revigorado, leve e pronto para o der e vier”, revela.
Por conta dos esportes ao ar livre, o protagonista explica que reforçou seu compromisso com a preservação da natureza: “Tenho a consciência de que a vida é para todos. Por mais que o ser humano seja imediatista e egoísta, precisa ter bom senso em deixar as coisas limpas para as gerações futuras. Faço a minha parte procurando não poluir o meio ambiente. A natureza tem reclamado deste descaso e todos estão sofrendo as consequências, com tsunamis, derretimento das geleiras, efeito estufa e outros males. Precisamos mudar o mais rápido possível. A mudança é individual e coletiva: começa dentro de casa, na rua, no bairro, na cidade e contribui para o mundo”.
Leia a seguir a entrevista na íntegra.
TE CONTEI: Como será Tito, seu personagem em “Ribeirão do Tempo”?
ÂNGELO PAES LEME: O Tito será um cara que pratica esportes radicais e tem uma preocupação muito grande com a natureza. A vida dele está ligada ao esporte, até nos momentos de lazer. Ele é fiel às coisas que faz e busca sempre a verdade. É um homem honesto consigo e com os outros, embora eu não saiba até que ponto, afinal, ele é um mocinho, mas é um ser humano passível de erros como qualquer outro.
TC: Qual será a função dele na trama?
APL: A vida pessoal do Tito será movimentada. Ele é noivo da Karina (Juliana Baroni), mas os dois vivem momentos diferentes: a Karina quer apressar o casamento e o Tito quer se dedicar à empresa Radical Livre, da qual é sócio e que será ameaçada pela construção de um resort na cidade. Ele usará os negócios como desculpa para adiar o casamento. Mesmo noivo, se envolverá com a Filomena (Liliana Castro), formando, assim, um triângulo amoroso. O Tito não é um conquistador e nem um mocinho romântico. O triângulo amoroso não será uma situação fácil na vida dele. Este é um personagem contemporâneo, que vive no mundo real e está sujeito a passar por todas as situações normais do cotidiano.
TC: Assim como o Tito, você também se interessa por esportes?
APL: O meu contato com o esporte sempre foi com água, porque gosto de surfar. Agora, por conta da novela, tenho a oportunidade de praticar esportes no ar, nas aulas de paraquedismo. Fiz alguns saltos e foi sensacional! Depois que você salta, o prazer de viver fica maior, você se sente mais vivo. O gosto pelo salto ficou no meu sangue. É uma adrenalina muito gostosa e a sensação de realização é muito grande. Me senti mais revigorado, leve e pronto para o der e vier. Todos os esportes radicais são bons porque trazem autoconfiança.
TC: A trama abordará a questão da preservação ambiental? Como você contribui no dia a dia para isso?
APL: Tenho a consciência de que a vida é para todos. Por mais que o ser humano seja imediatista e egoísta, precisa ter bom senso em deixar as coisas limpas para as gerações futuras. Faço a minha parte procurando não poluir o meio ambiente. A natureza tem reclamado deste descaso e todos estão sofrendo as consequências, com tsunamis, derretimento das geleiras, efeito estufa e outros males. Precisamos mudar o mais rápido possível. A mudança é individual e coletiva: começa dentro de casa, na rua, no bairro, na cidade e contribui para o mundo. Os países mais ricos têm responsabilidade em maior grau e precisam enxergar que o planeta precisa respirar melhor. Estive em Curitiba recentemente e senti a diferença quando estive em um ambiente com um ar puro. Esta é uma cidade que serve como exemplo, pois se preocupa com o meio ambiente.
TC: Na novela você será filho da Cloris (Patrycia Travassos), uma mãe muito controladora. Na vida real, como é a relação com sua mãe?
APL: Ao contrário do Tito, tive sorte de ter uma relação bacana com minha mãe, talvez porque eu não seja filho único. Acho que por isso é que o Tito sofre com o excesso de zelo que ela tem.
TC: Quando solteiro, você namorou alguma mulher com o temperamento da Karina, com vaidade em excesso? Como foi?
APL: Em determinados momentos da vida as pessoas são fúteis. Já encontrei futilidade na vida. Isso acontece, faz parte.
TC: Se você, como o seu personagem, se envolvesse num triângulo amoroso, como acha que lidaria com isso?
APL: Não saberia dizer, afinal cada caso é um caso. Deve ser uma situação muito complicada amar uma pessoa e, ao mesmo tempo, se apaixonar por outra. É muito triste. Acredito que este tipo de situação na vida real acontece por aí. A paixão é fulminante, não respeita nada e vai contra tudo para realizar o desejo. O problema em triângulos amorosos é que, em determinado momento, se você não tomar uma decisão as circunstâncias tomarão.
TC: O que o Ângelo e o Tito de “Ribeirão do Tempo” têm em comum?
APL: Eu e o Tito temos a mesma vontade de viver e alto astral. Sou um cara que faz tudo com amor, sou espontâneo e determinado. Por mais difícil que determinada situação possa parecer, sempre busco as formas possíveis. Nunca estou satisfeito e acredito que posso melhorar ou buscar algo mais. Acho que quando a pessoa perde isso, quando se acomoda, ela perderá o tesão pela vida. O prazer da conquista está na busca pela conquista. Não trilho os caminhos que já foram traçados, levo a vida de outra maneira: fazendo o que eu gosto.
TC: Para este novo papel, você precisou mudar o visual? Gostou do resultado?
APL: Tive que ficar mais bronzeado porque o Tito trabalha no sol. Desta vez não tive que mudar muito. Gosto destas mudanças físicas para interpretar um personagem. Mas, quando a caracterização ultrapassa dez meses, deixa o ator mais limitado para outros trabalhos.
TC: Qual o personagem que mais gostou de interpretar?
APL: Nandinho da Bazuca, do seriado “A Lei e o Crime” (2009). O seriado acabou, mas para mim o personagem continua vivo. Ele é denso, complexo e consegue levantar, com uma linguagem diferente, uma série de questões sobre violência e a dificuldade da vida dentro da comunidade. O seriado foi muito feliz, especialmente pela qualidade do texto. Este personagem futuramente será usado num filme produzido pela Record.
TC: Já fez um balanço destes 18 anos de carreira?
APL: Estou muito feliz por ter conseguido trabalhar em espetáculos com textos que me interessavam e produzido algumas montagens que me deixaram muito satisfeito. Considero isso um grande privilégio nesta profissão.
TC: Você é casado com a atriz Anna Sophia Folch há um ano e seis meses. Vocês pensam em ter filhos?
APL: Pensamos direto em ter nosso primeiro filho, mas não sabemos se será ainda este ano.
TC: Além da novela, quais são seus projetos para este ano?
APL: Eu e Júlia Lemmertz vamos dividir o palco no espetáculo “Senhorita Júlia”, com base no texto do August Strindberg e direção de Walter Lima Jr. Também estou envolvido na produção de uma peça roteirizada por mim e pela Anna Sophia, mas por enquanto não posso dar maiores detalhes.
Por Renata Trindade, especial para o Te Contei