7 detalhes de “A Bela e a Fera” têm sentido oculto: do vestido azul à síndrome rara

Seja na animação de 1991 ou no live-action de 2017, o filme A Bela e a Fera sempre encantou crianças e adultos por sua história romântica e ao mesmo tempo cheia de ação e coragem. Mas, poucos sabem que algumas escolhas dos longas não foram feitas aleatoriamente e sim com um objetivo escondido. Veja os  segredos de A Bela e a Fera:

Curiosidades sobre A Bela e a Fera: 7 detalhes com significado especial

Azul é a cor do amor

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Ao lembrar da personagem feminina que dá nome ao filme, a imagem que vem à mente de muitos de nós é a mocinha vestida de azul dos pés à cabeça.

A escolha da cor não é mera coincidência. Bela é a única de seu vilarejo que veste azul, enquanto todos os outros usam tons de terra, amarelo e verde.

O único personagem que também usa azul com propriedade é a Fera, na clássica cena do baile. Além disso, vale lembrar que seus olhos igualmente azuis são uma espécie de “janela da alma” através da qual Bela enxerga o amado apesar de seu aspecto um tanto quanto horripilante.  

Há quem diga que o fato de apenas a Bela e a Fera usarem azul é uma tentativa de mostrar que eles “foram feitos um para o outro” e que a protagonista finalmente está no lugar ao qual ela pertence e que não é mais “muito estranha”, como cantam os vizinhos de Bela no início do filme da Disney.

Lição de aceitação

O diretor Bill Condon revelou que o live-action também terá um personagem homossexual. Retratado pelo ator Josh Gad, o capanga Le Fou demonstrará sentimentos pelo vilão Gaston, o que será o primeiro relacionamento gay exposto em um filme da Disney. 

Representação de uma síndrome 

Uma teoria sugere que a relação entre a Bela e a Fera seja uma representação para a síndrome de Estocolmo, distúrbio psicológico em que pessoas que foram sequestradas passam a sentir afeto por seus sequestradores. 

Por ter uma visão distorcida da realidade – resultante do medo, intimidação constante, ansiedade e estresse presentes no sequestro -, a vítima cria um mecanismo de defesa inconsciente que a faz aceitar todas as decisões do raptor e engradecer suas atitudes gentis a fim de preservar sua própria segurança e evitar retaliações.

Os primeiros casos identificados foram os que deram origem ao nome do transtorno: em 1973, assaltantes mantiveram quatro reféns por seis dias em um banco de Estocolmo, na Suécia. Durante a libertação, muitas vítimas não aceitaram ajuda da polícia e passaram a defender seus sequestradores.

Foi por pouco, mas a questão quase tirou Emma Watson de A Bela e a Fera. A atriz ficou em dúvida sobre a presença da síndrome na protagonista, até que chegou à conclusão de que Bela não acata tudo que vem da Fera, que é um dos “sintomas” do transtorno, e o amor deles não nasce de um relacionamento abusivo, mas sim de um sentimento de amizade que se desenvolve. 

Um novo tipo de heroína

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Roteirista responsável pelo filme de 1991, Linda Woolerton foi a primeira mulher a escrever uma animação para a Disney. O fato por si só já é um marco, mas não para por aí, já que a escritora teve o intuito de apresentar a primeira princesa feminista da Disney, uma protagonista forte, independente e avançada para sua época.

O assunto também é representado pelo machismo do vilão Gaston, que acredita que lugar de mulher é em casa cuidando dos filhos, o que é claramente detestável para Bela.

O diretor do reboot, Bill Condon, também se referiu a Bela como heroína do século XX

Metáfora para Aids

Howard Ashman, compositor por trás das canções da animação, teve papel importante no desenvolvimento do roteiro do filme: ele insistiu que a história destacasse a Fera, um príncipe que foi amaldiçoado por uma feiticeira. 

A razão foi revelada pelo diretor do novo filme, Bill Condon. De acordo com ele, Ashman tinha o vírus HIV e se viu representado pela Fera, visto que o personagem sofria um infortúnio que era visto com preconceito e afetava a ele e a todos ao seu redor.

Como o assunto ainda era um tabu na época, foi abordado de forma discreta e quase que escondida pela Disney. De certo modo, o propósito também foi uma homenagem ao compositor, que faleceu de Aids em 1991, poucos dias após a primeira exibição do longa.

Bela agora é inventora 

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Defensora ávida das causas feministas, a protagonista Emma Watson foi umas das responsáveis pela nova roupagem da personagem Bela. Na animação de 1991, a jovem amava ler, não se encaixava na sociedade e seu pai era inventor.

Já no remake live-action, a personagem ganhou destaque ao inventar uma máquina de lavar roupas que permitia que ela tivesse mais tempo livre para a leitura, quebrando dois tabus de uma vez só: as mulheres são perfeitamente capazes de serem inventoras e não precisam, se não quiserem, perder tempo com tarefas domésticas. 

E não usa mais espartilho

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Outro detalhe de A Bela e a Fera foi a exigência de Emma Watson de que o vestido amarelo de sua personagem não contasse com um espartilho, uma espécie de cinta usada antigamente para afinar a cintura das mulheres. 

De acordo com a atriz, a personagem deveria ser muito ativa e o corset dificultava alguns movimentos. Não sabemos se essa foi a intenção da artista, mas a decisão coloca em primeiro lugar a personalidade de Bela e não o lado estético.

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