Apesar de muita gente não saber, Vera Fischer e o ator Perry Salles – falecido em 2009 devido a um câncer – viveram uma linda história de amor, que durou 17 anos de casamento e teve como fruto o nascimento da filha Rafaela.
Em um bate-bapo durante sua participação no “Conversa com Bial” (Rede Globo), a atriz relembrou emocionada os momentos delicados que enfrentou quando soube do diagnóstico do ator que, na ocasião, já era seu ex-marido. Ainda assim, com muita força, ela fez questão de cuidar dele até sua morte.
Vera Fischer cuidou de Perry Salles até o fim da vida dele
Em uma conversa sincera com Pedro Bial, Vera Fischer relembrou o período difícil que enfrentou ao descobrir que seu ex-marido, Perry Salles, havia sido diagnosticado com câncer terminal.
Apesar do término do casamento de 17 anos, os atores mantiveram uma relação de amizade que durou até o fim da vida de Salles, vítima de câncer de um pulmão agressivo que atingiu o cérebro, levando-o à morte aos 70 anos.
Na época do diagnóstico, a atriz decidiu levar o pai de sua filha, Rafaela, para seu próprio apartamento, visando dar a ele todos os cuidados necessários. Para isso, ela transformou seu escritório em uma verdadeira unidade de terapia intensiva (UTI) e contratou uma equipe para acompanhá-lo.
“Eu comecei a fazer análise em uma época em que foi a única hora que eu precisei de ajuda. Foi quando descobri que Perry estava com câncer. Nós éramos amigos. O medico me chamou sozinha, obviamente, para me dizer isso. Eu falei: ‘como vou falar isso para ele e para a filha dele, que estavam na minha casa?’”, relembrou.
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E continuou: “Quando a gente soube, era no pulmão e passou para o cérebro. Ele teve uma isquemia. Aí eu transformei meu escritório, que é grande, em uma UTI. Chamei enfermeiros, eles dormiam lá… Fiz sofá para todas as ex-mulheres, os filhos todos virem visitar”.
Na sequência, a atriz contou que, por tomar conta de tudo e de todos, acabou guardando a dor consigo, o que a fez precisar de ajuda profissional.
“Eu fui sofrendo e fui para uma analista porque eu não conseguia chorar. Eu tinha que segurar todos. Na época, fazia ‘Caminho das Índias’. Vinha da novela e corria para casa. Fazia piada, brincava… Não conseguia chorar. Aí começaram a nascer feridas no meu corpo. Minha imunidade baixou para zero. Tive uma ferida muito grande na boca que ia virar um câncer, tive que extirpar”, disse ela.
“E essa analista disse na primeira vez que fui lá: ‘Pode chorar, chora. Eu te dou permissão.’ Aí eu chorei desbragadamente, muito, muito, todas as lágrimas de dor. Quando olhei para ela, ela estava chorando. Foi tão impressionante essa mulher… Ela me ajudou tremendamente”, finalizou ela.
