Prestes a representar o Brasil em uma Copa do Mundo feminina pela segunda vez, a jogadora de futebol Tamires Dias é a única mãe da seleção, e nem sempre foi fácil conciliar a carreira com a maternidade. A atleta, que começou a praticar o esporte nas ruas ainda durante a infância, chegou a achar que teria de abdicar do sonho quando soube que estava grávida – mas se superou ao reunir forças para continuar.
Tamires tem história cheia de obstáculos com a maternidade
Hoje com 35 anos de idade, Tamires, a lateral-esquerda Tamires, uma das convocadas para a seleção feminina que representará o Brasil na Copa do Mundo de 2023, se tornou mãe aos 21 anos. Na época, ela havia estreado no futebol profissional há apenas cinco anos – e, conforme contou ao blog “ Dibradoras”, do portal UOL, em 2019, pensou que sua carreira acabava ali.
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“Quando descobri [a gravidez], tinha 21 anos. Não era tão nova, mas como era atleta, essa é a fase que você está começando a ganhar experiência. Para mim, foi um baque muito grande. Era uma responsabilidade enorme. Eu pensei que futebol tinha acabado para mim ali”, disse ao veículo a jogadora que, para seguir a carreira, se mudou de Minas Gerais para São Paulo ainda na adolescência com uma tia.
Parte da ideia de que teria de desistir, segundo ela, veio do julgamento de terceiros. “Ouvia as pessoas falando: você não tem juízo, seu sonho acabou. O que você vai fazer da vida? As pessoas se afastaram de mim, parecia que eu já não servia mais”, afirmou a atleta, que frisa a importância do apoio que recebeu dos familiares no momento.
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“Tive suporte da família, foi isso que me deu energia para continuar lutando, porque a vida não acabou”, declarou Tamires, cujo filho, Bernardo, foi fruto de um relacionamento entre ela e outro jogador de futebol, César de Britto. Enquanto ele jogava, ela pausou a carreira para cuidar da gravidez e do filho, jogando futsal em busca de matar a saudade dos gramados.
Mesmo se mantendo ativa, ela afirma que teve muitas dificuldades quando, de fato, retomou a carreira após a pausa. Convidada pelo Atlético Mineiro, ela começou, em 2010, a atuar pelo time, mas a duras penas. “Não conseguia correr trinta minutos seguidos”, afirmou ela, que jogou um ano e meio pelo time após retomar o nível com um treinamento intensivo e enquanto deixava o filho com a mãe.
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Na época, porém, ela e César atuavam em times muito distantes – e, novamente, ela abriu mão da carreira pelo filho. “Achamos que não seria bom para o Bernardo a gente separado, então larguei o futebol de nvo e fui acompanhá-lo”, declarou ela, que, ao seguir o sonho do marido, teve a oportunidade de treinar no Centro Olímpico, time de futebol tradicional em São Paulo. Dali, ela se tornou lateral da seleção brasileira, jogou sua primeira Copa do Mundo e um Pan-Americano onde conquistou o ouro.
Prestes a entrar em campo no torneio mundial pelo Brasil pela segunda vez, ela ainda encontra dificuldades para conciliar a maternidade e o trabalho, mas o faz com confiança. “A gente às vezes tem que ficar um mês sem se ver e a saudade aperta. Ele entende, mas também solta às vezes: ‘Mãe, por que você não para de jogar e me dá um irmãozinho?’”, afirmou, pontuando que agradece o fato de ter engravidado de Bernardo cedo, sem planejar.
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“Vejo muitas meninas no futebol com o sonho de ser mãe. Elas falam: ‘Já estou com 27, 29, como vou voltar?’. É difícil explicar ou aconselhar. Hoje, entendo que foi melhor eu ter tido cedo, porque me deu a chance de voltar [a jogar]”, disse a jogadora, que atualmente não está mais com César e assumiu em 2022 o relacionamento com a cantora Gabi Fernandes. Atualmente, Bernardo está com 14 anos e vive aparecendo em cliques fofos no Instagram da mãe.