Com 30 anos de carreira no audiovisual, Maria Cândida afirma que não era chamada nem para festas de colegas
Aos 54 anos, com 30 deles dedicados ao audiovisual, a jornalista Maria Cândida revelou que foi rejeitada por TVs quando tentou retomar a carreira como apresentadora.
“Fiquei um tempo fora. Quando tentei voltar, sofri etarismo já com 43 anos. Me viam como fracassada mesmo. Eu não era convidada nem para festa de criança de colegas de televisão.”
Retomada de Maria Cândida
“Quando você sai da TV, é descartado imediatamente. É impressionante”, desabafou no podcast “Eles que Lutem”.
A última experiência de Maria na televisão foi na TV Globo. Mas ela saiu em 2024 para focar nas redes sociais.
“Hoje, eu tenho muita clareza e muita força nessa minha segunda carreira, mas fui achatada, diminuída, desprezada. Me falaram, de forma educada: ‘o seu tempo já passou’. Me convenceram de que eu não era mais pro vídeo.”
A apresentadora chegou a fazer curso de comunicação corporativa e pensou em tentar oportunidades atrás das câmeras, mas conseguiu retomar a confiança em seu “grande talento, que não é televisão, mas a comunicação”, como ela mesma explicou.
“Hoje, eu falo: a internet me salvou do etarismo da televisão. Estamos começando a ter mulheres maduras na TV, mas ainda não é a diversidade etária que eu quero ver para me sentir representada.”
Carreira na TV
A jornalista Maria Cândida começou a carreira em 1994 na filial da TV Globo em Santos, São Paulo. No ano seguinte, teve uma breve passagem pela Record e, depois, voltou à TV Globo, dessa vez na capital paulista.
Passou por telejornais importantes e chegou a apresentar a previsão do tempo no “Jornal Nacional”. Mas se destacou mesmo com programas de variedades a partir de 1998, quando chegou no SBT.
Chegou a viver parte no Brasil e parte em Los Angeles, nos Estados Unidos, para entrevistar astros de Hollywood, como Meryl Streep, John Travolta, Kate Winslet e Leonardo DiCaprio.
A experiência que teve a levou a apresentar a cerimônia do Oscar na TNT em 2005 e a ganhar um programa próprio na TV Record, o “Programa da Tarde”.
Em 2009, próxima dos 40 anos, com uma filha pequena e com vontade de novas oportunidades na carreira, teve a primeira crise de pânico da vida. O baque foi grande.
Maria decidiu se dedicar a um projeto autoral, em que viajou por 12 países para entrevistar mulheres de todos os continentes.
Mudança de rota
Para seguir desejos próprios, ela saiu da TV e investiu o dinheiro que tinha em projetos autorais. Mas em 2012, a reserva financeira começou a esgotar e a jornalista tentou voltar para a televisão.
“Estava com mais de 40 anos, tinha saído por 3 anos do mercado de trabalho e ouvi muitos ‘nãos’”, relatou em seu canal do YouTube.
A TV Aparecida, de São Paulo, deu a oportunidade que ela precisava para retomar a carreira como apresentadora.
Em 2019, ela voltou para a TV Globo com quadros no “É de Casa” e “Encontro”, mas saiu em 2024.
Há 4 anos ela se dedica à produção de conteúdo para as redes sociais, além de ser ativista da maturidade, com projetos dedicados à menopausa.
