Uma das atrizes negras mais renomadas do teatro e da televisão, Léa Garcia morreu nesta terça-feira (15), aos 90 anos, durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, onde seria homenageada com o Troféu Oscarito.
De acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, para onde foi encaminhada, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio, informação também confirmada pela família. A artista deixa um legado imenso com papéis que marcaram gerações. Relembre a trajetória!
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Léa Garcia: relembre a trajetória da atriz renomada
Léa Garcia contabilizava mais de 100 produções no currículo, entre cinema, teatro e televisão. A atriz já conquistou quatro Kikitos, com “Filhas do Vento” (2004), “Hoje tem Ragu” (2008) e “Acalanto” (2013).
Léa consolidou uma carreira de papéis marcantes, sendo fundamental na quebra da barreira dos personagens até então destinados a atrizes negras, passando por grandes sucessos como “Escrava Isaura” (1976).
“Xica da Silva” (1996), “O Clone” (2002), “Êta Mundo Bom!” (2016) e “Arcanjo Renegado” (2020), série do Globoplay, foram outras grandes produções na TV que contaram com o talento de Léa.
Amante do teatro, Léa passou por mais de 24 espetáculos, sendo reconhecida também no cinema, onde teve grande destaque quando concorreu à Palma de Ouro de 1957, conquistando o segundo lugar no Festival de Cannes pela sua atuação como Serafina no filme “Orfeu Negro”.
A atriz ainda se destacou nos filmes “Ganga Zumba” (1963), “Cruz e Sousa” (1998) , “O maior amor do mundo” (2006), entre tantos outros. A última aparição em filmes foi com “Barba, Cabelo & Bigode”, em 2022, disponível na Netflix.
Durante toda a vida, Léa reafirmou o seu compromisso com a luta social da mulher negra, levando o ativismo antirracista e as reflexões sobre a situação do negro na sociedade brasileira para os palcos e a dramaturgia.
Nas telinhas, sua última participação foi na minissérie histórica “Independências” (2022), da TV Cultura. A atriz estava ainda negociando um papel no remake de “Renascer”.