Prestes a protagonizar “A Paixão de Cristo”, José Loreto foi duramente criticado até mesmo com falas sobre boicotar a peça
Membro da comissão de frente da Vila Isabel no Carnaval de 2025, José Loreto foi duramente criticado por interpretar o diabo durante o evento. As críticas se devem especialmente ao fato de ele estar prestes a interpretar Jesus em uma representação de “A Paixão de Cristo” – e, no Instagram, ele refletiu sobre os comentários maldosos.
José Loreto é criticado por viver o diabo no Carnaval

Usando o Instagram, José Loreto comentou as críticas que recebeu ao viver o diabo no desfile deste ano da Vila Isabel. Ao publicar imagens nas quais aparece caracterizado, ele recebeu uma chuva de comentários pedindo que ele não represente Jesus em breve em uma montagem de “A Paixão de Cristo”, tudo em críticas bastante incisivas contra o ator.
“Você não merece fazer ‘A Paixão de Cristo’”, escreveu um perfil. “Faz um favor: não interprete Jesus”, disse outro. “Acho Loreto um ator estupendo […], mas ontem não foi atuação porque a entidade representada não é fictícia. Não consigo assimilar mais ele no papel de Jesus Cristo”, opinou outro.
“Que esse homem não consiga interpretar o Senhor”, pediu mais um. “Boicotem esse ano a Paixão de Cristo. Esse cara encenar Jesus é um desrespeito sem tamanho”, comentou outro. “Por favor peça para sair da interpretação de Jesus”, exigiu mais um internauta.

José Loreto explica papel de diabo em desfile
Conforme boa parte das críticas dizem respeito ao fato de Loreto estar próximo de interpretar Jesus Cristo na montagem anual da peça, o ator respondeu frisando a proposta da Vila Isabel e seu papel dentro dela.
Em um vídeo de desabafo que pode ser visto clicando aqui, ele desabafou sobre o ofício do ator e afirmou que, de certa forma, se sente lisonjeado pelos comentários. Isso porque, segundo ele, as falas evidenciam seu poder de convencimento na profissão.
“Sou um ator que já está há mais de vinte anos na estrada, e o que mais me motiva hoje enquanto artista são os personagens extremos. Eu represento mocinhos, vilões. Faço rir, faço chorar – e faço questionar através dos meus personagens. Por isso, não achei ruim esse debate”, começou ele, refletindo sobre o desfile da Vida Isabel.

“Na minha cabeça. Por que é que uma representação de uma lenda provoca tanta fúria? A vila Isabel veio como um grande trem fantasma, uma grande brincadeira, um convite a um parque de diversões com o intuito das pessoas enfrentarem seus medos com muita alegria. Tinha um carro com um bicho-papão que engolia uma criança enquanto ela dormia. É representando o medo dos pesadelos e das histórias da carochinha”, disse o ator, explicando o conceito da comissão de frente.
“A comissão de frente, que me cabe, veio com a lenda do Jack Lanterma, lindamente representado pelo grande ator e meu amigo Amaury Lorenzo. Jack era um bêbado que enganava o diabo e ele foi castigado a vagar na escuridão por toda a eternidade. Agora, me diz: como contar essa história sem ter a figura do diabo?”, questionou Loreto.
Ator frisa participação em “A Paixão de Cristo” e reflete
Em seguida, José Loreto pontuou que, mesmo em “A Paixão de Cristo”, há representações do diabo. “Tem atores que fazem o papel do diabo tentando Jesus. Através dessas histórias e desses personagens distintos é que a arte exemplifica o que é certo e errado, o que é do bem e do mal, o que faz a gente refletir e evoluir. Eu fico realmente lisonjeado pelo poder de convencimento”, afirmou, frisando os próprios valores.

“Olha, uma vez eu fiz um vilão de novela e uma senhora pisou no meu pé de propósito no supermercado reclamando das maldades que eu estava fazendo na novela. O pisão doeu, eu tomei um susto, mas no fundo tomei como elogio – ela estava convencida por mim. Assim como muitos estão agora. Eu fiz o diabo, mas eu não sou o diabo. Não gosto do diabo. Eu não compactuo nadinha com nenhuma ideia do diabo”, declarou.
Por fim, ele falou também sobre interpretar Jesus Cristo. “Tem personagens, lógico, com quem a gente se identifica, como é o caso de Jesus. Estou muito feliz de interpretar esse grande exemplo. Tenho certeza de que com a minha dedicação e paixão pelo ofício, e com essa história, eu vou convencer vocês também. Mas acreditem desde já: eu não sou Jesus”, concluiu.
