Campeão olímpico e ex-nadador, Fernando Scherer relembrou a depressão e a “dependência emocional” de suas vitórias
Longe das piscinas desde 2007, quando se aposentou da natação, Fernando Scherer, o Xuxa, abriu o coração sobre saúde mental recentemente. Ao “Domingo Espetacular” (Record TV), ele relatou ter vivenciado uma depressão profunda, além de vício em álcool e até certa dependência das vitórias que tinha no esporte.
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Fernando Scherer relembra depressão e vício em álcool
Hoje palestrante e dedicado à família, Xuxa já foi um dos maiores nadadores brasileiros. O campeão olímpico, porém, nunca mais nadou desde sua aposentadoria, e afirma que a época em que viveu o auge da carreira foi, na realidade, bastante conturbada.
No “Domingo Espetacular”, o ex-nadador se abriu, por exemplo, sobre um processo depressivo que viveu no passado. “Graças a Deus está tão distante que, hoje, só lembro como uma lembrança de algo que não parece mais parte da minha vida – mas fez. Foi muito mais difícil do que ganhar medalha olímpica. Ganhar é fácil, muito fácil. Mais difícil foi assumir quem sou de verdade”, declarou.
Ainda sobre a saúde mental, Fernando Scherer afirmou que também teve problemas com álcool – tudo no auge da carreira como atleta olímpico. “Na primeira vez em que tomei um porre, passei mal, não gostei. Falei que não ia beber de novo, mas não durou muito tempo. Com o tempo, vai se tornando um vício, uma válvula de escape baseada na fuga de uma dor”, refletiu o famoso.
Ele crê que parte disso, inclusive, tem ligação com a vontade de largar o esporte, que se manifestou muito antes da aposentadoria de fato acontecer. “Talvez eu quisesse parar de nadar e não tinha coragem de assumir. […] Era para eu ter parado muito tempo atrás, mas fui adiando porque eu ganhava e, por ganhar, não queria parar”, disse ele.
Fernando Scherer diz que só se sentia pertencente quando vencia
No papo, Fernando Scherer tambem relatou certa “dependência emocional” relacionada às vitórias.
“Minha questão com a natação [era que] quando eu ganhava, era o momento em que me sentia pertencente, valorizado por mim. ‘Agora você vale a pena, agora vale alguma coisa’”, afirmou o ex-nadador, falando também sobre a influência do sucesso na vida pessoal.
“Era uma realização pessoal, de muita confiança naquilo que eu fazia. Com certeza, subiu à cabeça. Você acha que pode tudo. Jovem demais para se tornar número um do mundo, fama, sucesso, a parte financeira mudou muito rápido, a gente se perde um pouco no caminho. Fui me perdendo e me achando, até que me achei”, disse.