Drica Moraes só está viva hoje graças a Adilson: um desconhecido que salvou sua vida

por | out 21, 2020 | Celebs

Entre 2009 e 2010, pouco após passar dos 40 anos, a atriz Drica Moraes recebeu um diagnóstico de leucemia que trazia consigo poucas chances de sobrevivência. Graças a um transplante de medula, no entanto, ela conseguiu se curar – e, recentemente, ela voltou a falar sobre como foi a experiência de conhecer o homem que lhe “doou vida”, emocionando até o apresentador Pedro Bial com o relato.

Drica Moraes relembra câncer e história com doador de medula

Em sua participação no “ Conversa com Bial” (Rede Globo), Drica Moraes falou sobre o diagnóstico de leucemia que recebeu no início de 2010 após passar meses se sentindo mal. “Eu vomitava, desmaiava, e os exames de leucemia não são assertivos. Você faz um exame de sangue e dá tudo ok. Você fala: ‘Mas eu estou com um cansaço, parece que estou de ressaca. Estou envenenada’”, disse ela.

A confirmação de que ela estava doente veio logo após o aniversário de um ano de seu filho, Mateus, e foi com um bebê pequeno que ela viveu o processo de quimioterapia voltado para prepará-la para um transplante de medula. “Perguntei para o meu médico: ‘Qual é a minha chance de vida?’. ‘Com transplante, você tem 20% de chance de viver’”, disse a atriz, afirmando que se desanimou com a expectativa.

Apesar da sobrevivência ser relativamente improvável, porém, Drica encarou os 20% de chance de sobreviver ao câncer como sua única chance. Durante meses, ela ficou em isolamento total para impedir que o organismo já fragilizado pela quimioterapia adoecesse ainda mais enquanto ela esperava por um doador anônimo, já que nenhum de seus seis irmãos se mostraram compatíveis para o transplante.

Conforme explicou Drica, para realizar um transplante de medula (a “fábrica” de sangue do corpo prejudicada pela leucemia), é preciso que o doador seja compatível com o receptor em 10 critérios hematológicos – e, em junho, quatro meses após o diagnóstico, o doador perfeito apareceu. Após a boa notícia, Drica fez o transplante e, felizmente, se enquadrou nos 20% de chance de sobrevivência ao alcançar a cura.

Doador não tinha planos de se tornar voluntário

Tão improvável quanto a cura de Drica foi também a forma como Adilson, o até então doador anônimo da atriz, veio a ser a pessoa eleita para lhe ceder a medula. Isso porque o eletricista não tinha a menor intenção ou plano de entrar para um banco de doadores, o que só aconteceu quando, ao acompanhar o chefe a uma tenda médica que estava recolhendo sangue de voluntários para inclui-los no registro nacional, o então patrão ficou com medo da agulha e desistiu, e Adilson resolveu entrar no lugar dele.

Os dados do eletricista ficaram, então, cadastrados no sistema, e pouco tempo depois ele recebeu uma ligação dizendo que alguém compatível com ele estava precisando da doação de medula. Tratava-se de Drica, mas Adilson tampouco sabia quem era o receptor. Ele pegou um voo para ir a outra cidade, realizou o procedimento e, conforme descreveu a atriz, “propagou a vida”.

Encontro dos dois

A história da atriz com o doador, porém, não acabou aí. De acordo com ela, por protocolos de segurança, só é possível conhecer a pessoa que fez a doação da medula cinco anos após o procedimento e, ao ser contatada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), realizou todos os trâmites necessários para que a conversa com ele acontecesse.

No contato, um telefonema foi agendado – e a ocasião é algo de que Drica se lembra com muito carinho. “Não tinha roteirista para escrever essa história, esse diálogo. Eu não sabia o que dizer. O que você vai falar para uma pessoa dessa? Ele falou: ‘Você está bem, fia?’. Falei: ‘Eu estou bem, você salvou a minha vida’”, disse ela, que passou a conhecer o doador pelo nome dele.

Após uma longa conversa, eles decidiram se conhecer pessoalmente – e, no dia seguinte, a atriz já estava tomando um voo para Presidente Prudente (interior de São Paulo) na companhia do então marido. “Ele estava me esperando com a mãozinha na grade, um alambrado. Olhei para ele, abracei… Abracei, chorei… Não falei nada. O roteirista não teria escrito nada”, disse a atriz, fazendo o apresentador se emocionar.

Conforme contou Drica, Adilson então a levou para conhecer a própria família, e ela descobriu uma série de coincidências incríveis, como o fato de que ela e ele nasceram no mesmo ano e no mesmo dia (mas em meses diferentes) e que os pais de ambos nasceram na mesma data. Lá, ela participou inclusive de um churrasco feito para ela – e, devido a uma queda de eletricidade no local, ela não pôde pegar o voo de volta.

“Eu tinha saído da minha casa para dormir quase agarrada com a família do Adilson, agradecendo. A vida é muito misteriosa, e a gente tem que carregar isso com muito amor”, disse a atriz, afirmando que, até hoje, mantém um contato próximo com o doador. “Eu amo Adilson em um grau… A gente se fala todo dia, ele é meu irmão”, declarou Drica.