De James Brown a Anitta: como o funk chegou ao Brasil e se tornou o que é hoje

O funk é o ritmo preferido dos jovens brasileiros atualmente. Mas quem ouve as batidas dos Mcs ou escuta os novos lançamentos dos subgêneros FunkNejo ou BregaFunk, por exemplo, dificilmente vai se lembrar de que o gênero nasceu em Nova Orleans, nos Estados Unidos, na década de 60.

Esse funk norte-americano se originou do soul, do jazz, rock e R&B, porém passou por muitas mudanças até a criação do funk brasileiro, como revelou levantamento feito pelo site de jogos de roleta online Betway.

Como o funk nasceu e chegou ao mundo todo

As batidas de James Brown, Clyde Stubblefield, Charles Connor e Miles Davis foram responsáveis por dar luz ao estilo musical de Nova Orleans. Porém até mesmo lá o gênero era considerado impróprio porque a palavra “funk” tinha sentido pejorativo na língua inglesa.

Isso não foi suficiente para diminuir o sucesso do novo estilo musical. A partir dos anos 70 e no decorrer das décadas seguintes, o funk passou a sofrer influência de outros gêneros, como rock psicodélico e a música eletrônica.

Além disso, o funk norte-americano também rendeu seus subgêneros: rap, miami bass e break.

Foi assim que o funk passou a alcançar outros países, em uma verdadeira volta ao mundo.

Funk no Brasil teve início nos anos 80

As batidas por aqui explodiram mesmo nos anos 90, mas foi na década de 70 que os bailes dançantes nas periferias do Rio de Janeiro passaram a fazer sucesso, chegando até mesmo a ganhar o coração da elite carioca – cenário ideal para o funk conquistar o Rio de Janeiro.

Nos anos 80, os bailes foram tomados pela batida do ritmo, e não demorou muito para que as versões brasileiras das músicas surgissem. Inicialmente, em forma de paródia.

O primeiro funk gravado em português é de 1989: “Melô Da Mulher Feia”, de Mc Abdullah. No mesmo ano, a música foi parar em um disco que mudaria a história da música brasileira: “Funk Brasil Vol.1”.

Explosão do funk pelo Brasil

O carioca Fernando Luís Mattos da Matta é o DJ responsável pelo histórico “Funk Brasil Vol.1”. Se você nunca ouviu falar nele, muito provavelmente é porque deve estar mais familiarizado com o consagrado DJ Marlboro. Foi assim que o carioca ficou famoso pelo país todo.

E tudo por conta de uma ideia visionária. Inicialmente, o disco se chamaria “Funk Carioca Vol. 1”, como o próprio Marlboro contou com exclusividade à Betway. Porém o plano do compositor e empresário para o funk era que ele fosse um verdadeiro movimento nacional, com visibilidade internacional.

Lá no final da década de 80, Marlboro já via o funk como uma possível fonte de renda para os brasileiros e queria que cada região colocasse características locais nas batidas. Depois de 30 anos, é exatamente isso que a gente vê… ou melhor, ouve.

Evolução do funk brasileiro

De “Melô Da Mulher Feia” passamos para o funk melody, mais romântico. Foi a vez de “Glamurosa”, de Mc Marcinho. Nos mesmos anos 90, o funk explodiu com o “Rap das Armas”, dos MCs Júnior e Leonardo.

Foi o caminho para o subgênero “proibidão”, que posteriormente abriria espaço para o funk “ostentação”.

E se no final dos anos 80 o “Funk Brasil Vol.1” foi o responsável pela divulgação do estilo musical, o “Furacão 2000” foi o disco que popularizou o gênero carioca pelo país no novo milênio.

MC Catra, Bonde do Tigrão, Tati Quebra-Barraco, MC Serginho e Lacraia, MC Créu, MC Guimê, Valesca. Esses são apenas alguns dos artistas que, mesmo com todo o preconceito enraizado sobre o funk, conseguiram ganhar espaço e levar o estilo musical da periferia para a casa de todos os brasileiros, seja pelas rádios, pela TV ou pela internet.

E falando em internet… O Rio de Janeiro tem grande influência na história do funk brasileiro, mas foi em São Paulo que surgiu uma verdadeira fábrica de videoclipes do gênero. KondZilla, o maior canal do YouTube Brasil, chegou para provar que a ideia de DJ Marlboro de fazer do funk uma fonte de renda estava mais do que certa.

A cantora Anitta é outra prova. Foi em 2013 que ela explodiu nacionalmente com o “Show das Poderosas”. Hoje, ela é reconhecida internacionalmente.

Há quem lute pela criminalização do funk, mas essa história a gente já viu com o samba e a capoeira. Independentemente das críticas, o gênero já delimitou seu espaço na história da música brasileira. Isso não dá para mudar.