Cazuza era primo de Otávio Muller e poucos sabiam: artista ajudou ator a fazer sucesso

Cazuza se aproximou do primo, Otávio Muller, após a infância, conseguindo papel de destaque para ele

Cazuza era primo de segundo grau do ator Otávio Muller e poucos sabiam dessa relação familiar. O artista, que morreu em 1990, foi o responsável por indicá-lo ao papel de Sardinha, na primeira versão de “Vale Tudo”, em 1988, contribuindo para a trajetória de sucesso do parente ao longo do anos.

Cazuza era primo de segundo grau de Otávio Muller

Discreto sobre a vida pessoal, Otávio anteriormente descreveu Cazuza como um primo mais velho, que já era “mega descolado”, nas palavras do ator, quando mais jovem. Em diversas entrevistas, Otávio exaltou o talento do primo, que morreu de AIDS, aos 32 anos.

Recentemente, Otávio participou da estreia da exposição inédita “Cazuza Exagerado”, considerado, até hoje, um dos grandes poetas da música brasileira. Em entrevista para a Quem, durante o evento, o ator recordou como o parentesco abriu portas no mundo artístico.

(Crédito: Divulgação)

“Cazuza era meu primo e ele que me indicou para ‘Vale Tudo’: ele e minha tia [Lucinha Araújo]. Aí eu fiz um teste e fui fazer o ‘Vale Tudo’, a primeira versão, porque eu sou um senhor”, brincou Otávio. A versão original da novela marcou também a sua estreia no gênero.

Questionado se Cazuza já foi noveleiro, Otávio não soube responder, mas entregou: “Com certeza ele ficou feliz com ‘Vale Tudo’: a música de abertura [Brasil, de autoria de Cazuza], cantada pela Gal [Costa], e a música tema do nosso núcleo era dele e cantada por ele [Codinome Beija-Flor]”.

Bilhete de Cazuza para Otávio Muller

Após a estreia em “Vale Tudo”, Otávio recebeu um bilhete de Cazuza, recordado também em entrevista para a Quem. O ator, além disso, deu detalhes da relação entre eles, que se aproximaram após começar a fazer teatro na escola Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).

“Cazuza era um pouco mais velho que eu, nunca sei direito a conta. Quando a gente é mais novinho, a diferença de idade faz sentido. Só ficava olhando pra ele, aquele primo lindo, que já era mega descolado”, relembrou o ator.

“Minha família sempre teve o hábito de ir muito à praia, olhava sempre com uma admiração, achava lindo. Mas ele não era conhecido, não era famoso, ele era enturmado”. A relação ficou mais forte após Cazuza assisti-lo em uma aula de teatro.

(Crédito: Reprodução/Instagram @otaviomuller_)

“Cazuza me viu no ensaio, eu era o protagonista da peça. Terminou o ensaio, ele — que era amigo do nosso professor, que estava dirigindo o espetáculo — o Luiz Antônio Martinez Corrêa, irmão do Zé Celso Martinez Corrêa, que foi meu professor durante muito tempo. Ele falou: ‘Vou fazer a música, cara, você é ator, que maneiro, não sabia’. Pronto. Ali, a idade já não fazia mais tanta diferença”.

Como resultado, Cazuza indicou o primo para os testes de “Vale Tudo”. “Fiz um teste e o Dennis Carvalho mega me aprovou. Foi super carinhoso comigo, um dos diretores mais importantes da minha vida. Assim como o Gilberto, um dos autores mais importantes num dos momentos fundamentais da minha vida, que foi minha estreia. Tinha 23 anos”.

Entretanto, apesar do sucesso, uma das coisas mais gratificantes foi o bilhete que recebeu de Cazuza, confirmando uma amizade. “Ele escreveu: ‘Agora não somos mais primos, a gente é amigo’. Me lembro que ele fez isso com muita empolgação”.

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