Convidada do “Encontro” (Rede Globo), Gabriela Medeiros, intérprete de Buba no remake de “Renascer”, falou sobre a experiência de interpretar a personagem sendo uma mulher trans. Na ocasião, ela demonstrou orgulho, falou da construção da personagem e ainda se emocionou ao se deparar com uma declaração que fez na web sobre a própria infância.
Gabriela Medeiros fala de Buba e se emociona no “Encontro”
Antes vivida pela atriz Maria Luisa Mendonça, a personagem Buba, de “ Renascer” (Rede Globo), está dando o que falar. Na versão original, transmitida em 1993, a personagem era uma mulher intersex (algo antes conhecido pelo termo “hermafrodita”) – e, agora, ela é uma mulher trans, assim como Gabriela Medeiros, atriz que faz Buba na novela.
Na entrevista, Gabriela falou sobre a diferença entre as duas personagens, afirmando crer que ambas têm sua importância e, acima de tudo, se complementam. “A Buba interpretada pela Maria Luisa Mendonça, maravilhosa, muito fofa, abordou temas importantíssimos naquela época. É tudo uma grande somatória. A Buba de hoje está somando com aquela, vira uma coisa só. Elas estão crescendo juntas com tudo isso”, disse.
Em seguida, ela falou sobre a importância de, como mulher trans, interpretar uma personagem trans. “[A importância é a de] ampliar os diálogos. Estou abrindo a porta para ter muitas discussões sobre esse tema. De fato estão pesquisando muito, as pessoas estão querendo saber sobre a diversidade. O ser humano é muito plural, as pessoas são plurais. Isso, para mim, é muito rico”, esclareceu, afirmando que ela e Buba têm “emprestado” um pouco uma para a outra, gerando trocas bem pessoais.
No programa, a apresentadora Patrícia Poeta mostrou também uma postagem de Gabriela no Instagram na qual a atriz publicou uma foto de quando era criança, ainda socialmente lida como menino, e se declarou à sua versão do passado.
“Se eu pudesse abraçar essa criança aí da foto, eu diria a ela que: você não nasceu no corpo errado, que seu jeitinho de ser é especial, que seu olhar para o mundo é único, que sua sensibilidade não é sinal de fraqueza. Diria também para essa criança não chorar mais quando cortarem seu cabelo, que uma hora ele irá crescer, diria para não retrair o corpo por ter vergonha de ser quem é. Eu amo essa criança, pois ela soube sobreviver a seu modo: sem permitir que as pessoas ao seu redor a podassem de ser quem ela é”, disse Gabriela na postagem, chorando conforme o texto foi lido no “Encontro”.