Antonio Fagundes criticou o preconceito contra influenciadores nas novelas, defendendo que o talento deve prevalecer sobre a origem
Durante uma participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, Antonio Fagundes, de 75 anos, expressou sua visão sobre a presença de influenciadores digitais em novelas e filmes. Ele acredita que atores não devem ter preconceito em relação a profissionais de outras áreas, desde que esses indivíduos possuam a competência necessária para atuar.
Antonio Fagundes defende influenciadores em novelas
Fagundes abordou a questão com clareza: “Na minha época, não eram influencers. Eram modelos, né? E surgiu um preconceito contra os modelos. Depois surgiu um preconceito contra os BBBs, né? Agora o preconceito contra o influencer”.
“Honestamente, eu digo a você, eu não tenho o menor problema com isso. Até porque o Paulo Autran era advogado. Então, a gente não pode ter preconceito”, afirmou.
Ele também respondeu a críticas sobre a escolha de influenciadores para papéis de destaque. “Mas aí se uma empresa é burra o suficiente para dar um papel de destaque para uma pessoa que não tem experiência, ela que pague por isso”, avaliou.
Polêmica da presença de influenciadores em novelas
A opinião de Fagundes contrasta com a de outros artistas, como a atriz Alice Braga, que criticou essa tendência em um podcast. Ela expressou revolta em relação à transformação de atores em influenciadores e a prática de escalar artistas com base em seguidores. “Você bota os atores para ficar desesperadamente [tentando] virar influenciador, para poder ter seguidor, para conseguir realizar o sonho de trabalhar como ator”, argumentou Alice, enfatizando a desvalorização do talento.
A discussão gerou apoio de outros artistas, como Malu Galli, que questionou a expectativa de que atores se tornem empreendedores nas redes sociais, e Mônica Iozzi, que concordou com Alice e levantou a questão da eficácia real dos seguidores em termos de audiência.
A fala de Fagundes ressoou em um debate mais amplo sobre o futuro da atuação e a necessidade de se manter a qualidade, independentemente da origem dos artistas. Ele reafirmou que o mercado deve ser o juiz final: “Quem tem que resolver é o mercado. Se o influencer for bom, ele vai continuar como ator. Se não for bom, vai voltar a ser influencer”.