O que filmes de Suzane von Richthofen não mostraram: confissão, herança e mais

“A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou meus Pais”, filmes sobre o caso de Suzane von Richthofen, lançados pela Amazon Prime Video, fizeram muito sucesso, especialmente por apresentarem versões opostas, baseadas nos depoimentos da criminosa e de Daniel Cravinhos. Só que alguns detalhes importantes acabaram ficando de fora.

Confira o que não foi mostrado!

O que não foi mostrado nos filmes sobre Suzane von Richthofen

Reação de Suzane com as mortes

O detalhe mais impactante deixado de lado pelo diretor, Maurício Eça, é a reação de Suzane ao ser informada pelos policiais que os pais foram encontrados sem vida dentro da casa, onde seria possível notar uma frieza ainda maior na protagonista, em ambas narrativas. Nos longas, é possível ver que a iniciativa de chamar a polícia parte da própria criminosa, alegando que a casa teria sido invadida.

Autor do livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, Ullisses Campbell estudou o caso com profundidade e detalhou ao Globo que segundo relato policial, ao saber da morte dos pais, Suzane amarra o cabelo em um coque, arregaça as mangas e não derrama nenhuma lágrima, questionando quais providências deveriam ser tomadas imediatamente.

Festa de aniversário de 19 anos

Além de não ter sofrido com as mortes de Manfred e Marisia, Suzane fez uma festa para comemorar seus 19 anos, no mesmo dia do enterro dos pais. Durante o evento, a criminosa chegou a receber investigadores, mas não se deixou intimidar.

Segundo registros de autoridades, Suzane teria recebido os oficiais de biquíni, com um cigarro e uma lata de cerveja em mãos, apresentando o local, nas palavras de Ullisses, “como se fosse uma guia turística”.

Investigações

“A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou meus Pais” não desdobram o processo de investigação até que Suzane, Daniel e Cristian fossem parar atrás das grades. A prisão aconteceu por causa de uma desconfiança da delegada encarregada de apurar o caso sobre o comportamento do casal.

Cíntia Tucunduva, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) reparou que os dois não se mostraram abalados e continuavam protagonizando cenas de amor, além de seguir com uma vida social ativa, conforme detalhamos anteriormente. Isso foi suficiente para promover um interrogatório que acabou trazendo as respostas do que aconteceu.

Confissão de Suzane

Os longas não mostram o momento exato da confissão de Suzane. De acordo com investigadores, envolvidos no caso, a criminosa admitiu ter mandado matar os pais por ser “uma pessoa horrível”, mas só confessou seu envolvimento no crime depois que o então namorado, Daniel Cravinhos, confessou ter feito parte dos assassinatos que ocorreram em 2002.

Suzane quebrou o silêncio, pela primeira vez, durante um Programa do Gugu, exibido em 2015. “Muita gente me pergunta se a ideia [do crime] foi minha. Todos dizem que eu sou a mentora, a cabeça de tudo. Não é verdade, Gugu. Uma cabeça só não pensa em tudo. É uma junção de tudo, concorrência de ideias. Eu fiz parte, mas os três bolaram aquilo. Eu acho que o Cristian sabia menos da situação, mas, infelizmente, tanto o Daniel quanto eu temos culpa nessa parte”.

Decisão de Andreas

Algo que também não foi mostrado pelos filmes da Amazon Prime Video foi que Andreas perdoou Suzane pelo crime, ao menos, é o que diz a criminosa, ainda em entrevista com Gugu. “Na época, ele me disse: ‘Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder minha irmã. Eu te perdoo e vou ficar com você'”.

Os dois não se viram mais desde o julgamento de Suzane, em 2006, quando Andreas deixou de aparecer. A criminosa garante entender a decisão. “Se eu sofri aqui dentro, imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre”.

Destino da herança

Os filmes deixam claro que a motivação de Suzane era colocar a mão na herança dos pais, algo que motivou Cristian Cravinhos a participar do crime, ainda que Daniel tenha o deixado sem alternativa, mas não mostram o que aconteceu com o dinheiro.

Em 2014, Suzane, condenada a 39 anos de prisão, assinou um documento abrindo mão do dinheiro, avaliado em mais de R$ 10 milhões, deixando tudo para Andreas. A criminosa afirmou não ter consciência do valor que dispensou e declarou: “Este dinheiro nunca foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão”.

Caso Suzane von Richthofen