Atores da série sobre a Boate Kiss na Netflix tiveram apoio psicológico nos bastidores

A Netflix estreou no catálogo a série ficcional “Todo Dia a Mesma Noite”, sobre a tragédia na Boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, que deixou 242 mortos em Santa Maria (RS). As imagens fortes e relatos dilacerantes tornaram a produção dolorosa de assistir ao público e atores precisaram de apoio psicológico nos bastidores. Saiba mais!

Atores de série da Boate Kiss na Netflix tiveram apoio psicológico

Revivendo uma das maiores tragédias do país, “Todo Dia a Mesma Noite” relembra o que aconteceu no incêndio da Boate Kiss e mostra a luta de familiares e amigos das vítimas por justiça.

As imagens fortes reconstroem a noite da tragédia, em que centenas de jovens não resistiram à grande fumaça inalada no local, morrendo dentro do espaço, nas ruas ou nos hospitais da cidade.

A série foi inspirada no livro de mesmo nome de Daniela Arbex e considerada forte demais para ser assistida. O elenco de peso que foi escalado para trazer os fatos reais à tona também ficou bem abalado.

Guilherme Leporace/Netflix

Para gravar a sequência em que tem início o incêndio, a produção precisou de três semanas e se atentou ao fato de os atores poderem ficar com sequelas psicológicas ao mergulharem na tragédia.

“Antes do início das filmagens, tivemos um encontro muito bonito com duas psicólogas do Instituto Entrelaços, do Rio de Janeiro, especializado em luto”, contou Julia Rezende, diretora da série, ao Splash.

“Elas fizeram um encontro com toda a equipe e todo o elenco da série. Éramos 100 pessoas em uma reunião virtual com elas, em que elas abriram espaço para que cada pessoa pudesse trazer suas angústias em relação a esse assunto”, recordou.

Guilherme Leporace/Netflix

“Elas nos deram ferramentas para lidar com esse tema que, claro, abalava emocionalmente a todos nós. Mas elas nos deixaram mais fortes e, ao mesmo tempo, a gente estava muito de mãos dadas. Estávamos muito conectados no set, nos apoiando”.

“Às vezes, vinha alguém que falava assim: ‘Nossa, hoje tá difícil’. E a gente se apoiava [dizendo]: ‘Vamos, a gente tem que contar’. Essa sensação de que tínhamos um norte nos guiava o tempo todo”, recordou a diretora. Thelmo Fernandes, responsável pelo papel de Pedro, um dos pais, admitiu ter voltado “destruído para casa”.

“Houve dias muito difíceis. Para mim, particularmente, foram as gravações do ginásio. Voltei destruído para casa. A Débora [Lamm] estava lá junto também, foram dois dias em que eu cheguei, olhei para o meu filho e falei: ‘Cara, não foi você'”.

“Todo Dia a Mesma Noite”