Jéssica Sodré tinha 17 anos quando ficou famosa em todo o Brasil interpretando a personagem Lady Daiane em “Senhora do Destino”, exibida pela Rede Globo em 2004.
Com o grande sucesso da novela, a atriz passou a ser bastante assediada nas ruas, mas o carinho do público gerava desconforto à jovem. Somente anos depois ela descobriria que sua dificuldade em lidar com a aproximação dos fãs estava relacionada ao diagnóstico de transtorno do espectro autista.
Atriz de “Senhora do Destino” fala sobre diagnóstico de autismo

Jéssica Sodré revelou em entrevista ao jornal “O Globo” que o assédio dos telespectadores na época em que ela estava no ar em “Senhora do Destino” foi “um processo traumático” e que, por um bom tempo, achou que não combinava com a televisão.
Mais tarde, porém, ela entendeu que aquilo não era apenas um desconforto qualquer. “Há alguns anos, entendi por que foi assim. Tenho diagnóstico de autismo e TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade]. Isso muda a forma como a gente se relaciona no mundo”, explicou.

A atriz contou que não entendia as pessoas, que não conseguia perceber as nuances dos comportamentos e que, por isso, passou um longo período sem sequer ir atrás de novos papéis. “Há uns dois anos, investiguei e tive o diagnóstico. Agora que me entendo, acredito que estou pronta para voltar ao mercado”, afirmou.
Em 2022, Jéssica falou detalhadamente sobre seu diagnóstico em uma publicação no Instagram. Segundo a atriz, o desconhecimento sobre a própria condição constantemente fazia com que ela se sentisse “perdida, confusa e revoltada”.
“Quando a possibilidade do autismo me passou pela cabeça, muitas peças se encaixaram, muitos comportamentos (tanto meus quanto de quem convivia comigo) se explicaram e eu parei de me culpar pelas violências que sofria”, desabafou a artista.

Jéssica Sodré hoje é professora de teatro, promove oficinas e garante que pensar em novelas ou em trabalhos que possam trazer repercussão não é mais traumático. “Depois do diagnóstico, consigo entender como é meu funcionamento. Consigo respeitar minhas limitações”, concluiu.