Olivier Anquier quer resgatar suas raízes. O francês, que retornou ao canal a cabo GNT depois de uma fase na Rede Record, vai gravar a nova temporada do programa “Diário do Olivier” em sua terra natal com uma companheira muito especial: a adolescente Julia, de 16 anos, sua filha com Débora Bloch.
Sempre galanteador, o cozinheiro, que não se identifica com o conceito de gastronomia (“O que eu faço é culinária”, diz ele, categórico), conversou com exclusividade com o TE CONTEI sobre a nova fase na carreira, o namoro com Adriana Alves e suas experiências vividas entre um Fusca, muitas estradas, garfos, facas, ingredientes e, é claro, delicias nas mesas.
“Estou muito feliz em retomar o ‘Diário'”, diz ele, que, para deleite do público feminino, mantém o charmoso sotaque. “A grande volta vai ser na França junto com minha filha. Quero ir em busca da ‘minha França’. Mostrar minhas origens e família”, revela. “Quero contar como esse francês que virou brasileiro cresceu. Passar a minha história a limpo, ao lado da Julia e do espectador”, completa, em tom emocionado.
Em clima intimista, a atração promete mexer com as lembranças de Olivier que, além de visitar os lugares de sua infância, vai encontrar pessoas marcantes. Na primeira escala, o público vai conhecer o vilarejo de Boissy-le-Châtel, situado na região rural de Brie, onde o apresentador cresceu.
“Vou mostrar a casa onde cresci, o caminho até minha escola, passando pelos campos, onde eu e meu irmão recolhíamos escargots para o almoço (risos). Quero apresentar para a Julia, também, o senhor Claude, que foi meu professor dos 6 aos meus 12 anos de idade. Será maravilhoso!”, aposta.
“Diário do Olivier” ficou no ar, no GNT, entre 1998 até 2003, quando o cozinheiro foi contratado pela Record. “Passar pela Record foi extraordinário, porque me comprovou algo que sempre acreditei: o público tem receptividade para qualquer programação desde que seja bem feita. É maravilhoso poder falar para todas as classes sociais, ter a abrangência da TV aberta. Mas voltar para o GNT foi precioso. Me sinto em casa”, declara.
Ainda sobre a experiência com a TV aberta, Anquier comenta que o maior ganho foi com o público. “De certa forma eu faço parte da família do brasileiro. Tenho uma relação muito particular com o espectador. Não sou ator, sou eu mesmo na tela, recebendo e contando histórias”, diz o precursor de programas de sucesso como o do inglês Jamie Oliver.
E quando o assunto é o chef inglês, o tom da conversa muda. “Todo mundo diz que eu imito o Jamie Oliver e isso me deixa muito chateado”, afirma, sério. “É muito triste quando a criação é brasileira e a gente não valoriza. Criei o ‘Diário’ depois da Copa de 98, depois que apresentei um quadro na Globo sobre a França. O Jamie começou em 2001. Realmente não acredito que a ideia de imitar tenha sido dele, já que nem me conhece, mas acho que algum produtor pode ter se inspirado”, completa.
Ele volta a sorrir quando fala de sua paixão, a cozinha. “O que eu faço é culinária, não gastronomia. Nunca aprendi a cozinhar, nunca fiz cursos. Gastronomia é um mundo sofrido, de profissionais que dedicaram suas vidas a estudar. Nunca sofri porque nunca estudei! (risos) Sempre ‘vivi’ a culinária, sabe? Essa intimidade surgiu graças a minha família. O grande barato está no prazer no momento de preparar e de comer. No ritual de estar na cozinha mesmo”, acredita.
E como é o cotidiano no fogão? Ele conta, é claro: “Cozinho todos os dias. Por amor, mesmo. Gosto de reunir amigos, bater papo enquanto preparo alguma coisa. Não concordo na divisão da arquitetura no Brasil que separa a cozinha da sala. Tudo deveria estar no mesmo ambiente, afinal a preparação também faz parte do processo que pode ser feito com quatro, seis mãos…”
A namorada, a atriz Adriana Alves, também se arrisca na preparação dos quitutes. “A Adri sempre cozinhou e faz comidas deliciosas”, diz. O último menu do casal? “No fim de semana ela preparou uma salada de maçã, kani, broto de soja e molho de limão que ficou maravilhosa. Ela treinou uns dois meses para fazer (risos) mas, cozinha é assim. Em cada vivência uma melhora e uma experiência. Assim que acontece a paixão”, decreta.
Por Annie Lattari, do Te Contei