10 artistas e bandas que duraram pouco, mas influenciaram muito

Quanto mais tempo uma banda tem, mais fácil ter sua importância reconhecida: vide os Rolling Stones, com 50 anos e diversas certificações que comprovam sua relevância na música.

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No entanto, poucos têm a sorte de serem reconhecidos em seu tempo. Ora, nem sempre há uma câmera para registrar ou pesquisadores atentos ao que aconteceu no exato momento em que alguns músicos e artistas – hoje geniais, mas antes desconhecidos – pudessem desfrutar da popularidade que mereciam.

Confira 10 artistas e bandas que duraram pouco, mas foram muito influentes: Garoto

Durante décadas João Gilberto foi considerado o gênio inconteste da batida da bossa nova, mas depois da redescoberta de Garoto muitos passaram a se perguntar de onde veio a misteriosa ‘batida’. Além do violão, ele dominava o bandolim, banjo e guitarra. Tocou com Carmen Miranda, Laurindo Almeida e o arranjador Radamés Gnatalli, mas, quando morreu, em 1955, poucos realmente reconheciam sua extrema técnica e influência.

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Seu grande hit foi “Banho de Lua”, mas Celly Campello, considerada a ‘rainha do rock’ de sua época, foi o grande motor para o que depois seria consolidado com o movimento da Jovem Guarda. Ela eternizou letras inocentes, então associadas à juventude da época, com canções como “Muito Jovem” e “Broto Certinho”. Com apenas 15 anos, conquistou os ouvintes ao lançar o primeiro compacto ao lado do irmão, Tony. Sua carreira, no entanto, brecou em 1962, quando ela se casou com o contador José Eduardo Gomes Chacon e decidiu parar de cantar. Nos anos 1970, Celly ensaiou um retorno, que durou pouco menos de dois anos.

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Sam Cooke

Vocais límpidos, de forte ressonância pop. Ao lado de Ray Charles, Sam Cooke é um dos músicos mais influentes da soul-music e do R&B, mas, infelizmente, não teve tempo de colher os frutos do sucesso – que atingiriam grandes proporções com o single “A Change is Gonna Come”, até hoje o hit mais associado ao artista. Ele foi baleado em um motel por um recepcionista, em 1964; tinha apenas 23 anos.

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Considerado o maior guitarrista de todos os tempos, Jimi Hendrix teve uma carreira muito curta. Descoberto em 1966 pelo ex-baixista do The Animals Chas Chandler, o músico de Seattle, que era talentoso instrumentista de estúdio, teve ascensão meteórica a partir do momento que lançou o álbum de estreia “Are You Experienced?” (1967). Morreu em setembro de 1970, deixando um legado que vai muito além das inovações técnicas da guitarra. O rock psicodélico, o blues e até mesmo o R&B também tiveram influência enorme do músico.

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Ashley Hutchings, baixista do grupo de folk britânico Fairport Convention, disse ao produtor Joe Boyd: “você tem que ligar para Nick Drake”. Após assinar com a gravadora Island, Nick Drake lançou o primeiro disco, mas não gostou muito do resultado. O álbum vendeu pouco, assim como os sucessores. Mas foi com “Pink Moon” (1972) que o britânico atingiu status de gênio: R.E.M., The Cure e Jeff Buckley são alguns dos mais influenciados. Morreu aos 26 anos, em 1974, com overdose de remédios. Big Star

Durante a fase clássica, o grupo norte-americano Big Star lançou apenas três discos – “Third/Sister Lovers” (1978), inclusive, é considerado póstumo, já que a banda tinha acabado em 1975. Por muito tempo o líder Alex Chilton foi considerado um gênio não reconhecido pela inteligente elaboração melódica que criou para o Big Star. Hoje em dia a banda é conhecida pelo hit “In the Street”, que embalou a abertura da série “That 70’s Show”, mas sua influência se estende a The Replacements, Teenage Fanclub, Wilco, entre outras.

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Compositor de sambas desde 1940, Cartola trabalhou em sub-empregos até ser redescoberto por Hermínio Bello de Carvalho nos anos 1970, quando já tinha 65 anos. Cartola registrou quatro discos em vida que permanecem cânones do samba. De tão influente, o dia de sua morte, 30 de novembro, virou oficialmente o Dia do Samba.

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De Abba a Philip Glass, as texturas musicais eram o que mais impressionava o experimentador Arthur Russell. Ele compôs peças importantes para violino e trabalhou em estúdios com Talking Heads, Steve Reich, Laurie Anderson, entre outros. Seus discos dos anos 1980, porém, foram influência inegável para a cena downtown de Nova York e do avant-garde, além de contribuir para a consolidação rítmica do techno. Russell, que morreu em 1992, tem muito material ainda não lançado. Sua compilação mais recente é “Corn”, de 2015. Nirvana

Como deixar de lado a banda que praticamente definiu a geração das duas décadas seguintes, fez com que a audiência rompesse com o manjado glam-metal e abrisse definitivamente as portas para o que era outrora chamado de ‘rock alternativo’? O Nirvana foi um fenômeno mercadológico, mas, acima de tudo, foi a essência de um fenômeno estético. Canções como “About a Girl”, “Smells Like Teen Spirit” e “Rape Me” eternizaram o grunge – pena que a principal banda de toda essa revolução musical durou apenas de 1988 a 1994, ano da morte de Kurt Cobain.

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Hoje em dia o Nação Zumbi é um dos maiores nomes do rock nacional, mas quando Chico Science esteve à frente da banda pernambucana encabeçou o movimento manguebit, ao lado de Fred Zero Quatro (Mundo Livre S/A). No manifesto, a dupla citou os interesses de mangueboys e manguegirls, interessados em quadrinhos, caos, sabotagem, música de rua, Jackson do Pandeiro, hip hop e “todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência”. Science foi a peça-chave dos dois primeiros discos de estúdio do NZ: “Da Lama ao Caos” (1994) e ‘Afrociberdelia” (1996), considerados dois dos melhores discos nacionais da década em que foram lançados.

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