Algumas músicas marcaram época e foram relevantes ou sucessos radiofônicos. Porém, hoje, suas letras não fariam sentido, já que elas citam situações ou costumem que caíram em desuso devido aos adventos tecnológicos. Fosse hoje, um simples telefone celular resolveria a situação de todos que foram pra casa do Arnesto fazer aquele samba no Brás. Mas não encontraram ninguém. A esta altura seria bem provável que o próprio Arnesto tivesso mandado uma mensagem de whatsapp cancelando o tal samba.
Veja lista com 7 músicas cuja letra não faria sentido ser composta hoje:
“Perfeita Simetria” – Engenheiros do Hawaii
“Toda vez que toca o telefone eu penso que é você…”
O pensamento até pode existir, mas a expectativa do telefone da amada dura pouquíssimo, já que a bina denuncia quem está ligando. Isso se a pessoa não tiver um toque diferente para seus contatos mais próximos.
“Ainda Ontem Chorei de Saudade” – João Mineiro e Marciano
“Você me pede na carta que eu desapareça…”
Andam dizendo que as cartas tendem a ser “vintage” e valorizadas agora. Mas ultimamente nem e-mail mais as pessoas estão mandando mais…
“Hoje” – Camisa de Vênus
“Pra que mensagens e telegramas, se você chega e some. Tenho dinheiro, CPF. Eu não me lembro é do meu nome.”
Telegramas? Aposto que tem mais de uma geração que nem sabe o que é isso. Vai buscar o Google agora.
“Samba do Arnesto” – Adoniran Barbosa
“O Arnesto nos convidou, prum samba , ele mora no Brás. Nos fumo, não encontremos ninguém. Nos vortemo com uma baita de uma réiva. Da outra vez, nós não vai mais.”
Hoje seria fácil o Arnesto avisar que não ia mais ter samba, ou os caras pegarem o celular e acharem o Arnesto. Talvez tenha sido só um desencontro, o Arnesto pode ter saído pra comprar mais cerveja ou carvão. Vai saber?
“Regret” – New Order
“Maybe I’ve forgotten the name and the address of everyone I’ve ever known” (“Talvez eu tenha esquecido o nome e o endereço de todos que já conheci”)
Impossível, né? Com celular e Facebook, você tem a lista das pessoas que conhece e até das que não conhece. A memória da humanidade está no computador.
“Máquina de Escrever” – Barão Vermelho
“Vende esse rádio que ganhei de prêmio. Por um concurso num jornal do povo. Mas poupa minha amiga de horas mortas. Com teclas bambas, minha máquina de peças tortas.”
Se quando a música foi composta, em 2004, vender um rádio e ter uma máquina de escrever já era algo bem raro, hoje então… Máquinas de escrever são mais fáceis de encontrar as novas, pois viraram vintage. Mas se encontrar alguém que pague um tostão furado por um rádio, avise!