Dez anos após a morte de Michael Jackson, a trajetória do artista continua cercada de polêmicas, misticismos e muitos fatos desencontrados. Agora, um novo documentário produzido pela HBO volta a levantar debates e dividir opiniões sobre o cantor.
“Leaving Neverland” estreou na HBO americana no início de março e é centrado no depoimento de dois homens, que afirmam ter sofrido abuso sexual de Michael Jackson na infância deles.
O que diz o documentário “Leaving Neverland”
Dirigido pelo cineasta britânico Dan Reed, a produção tem Wade Robson e James Safechuck como personagens centrais. Os dois contam que conheceram Michael Jackson quando tinham dez anos de idade e que o artista os convidou, junto com as famílias, a conhecerem o famoso rancho Neverland.
Nos depoimentos, os dois dizem que Michael os tratava como amigos, como se tivessem a mesma idade, e que durante o dia os oferecia um verdadeiro parque de diversões – com brinquedos, presentes, filmes e guloseimas.
No entanto, eles afirmam que Michael se aproveitava dessa proximidade para abusar sexualmente de crianças. “Ele me disse que se descobrissem o que estávamos fazendo, eu e ele seríamos presos para o resto de nossas vidas”, declara Wade Robson no documentário.
“Leaving Neverland” estreou no Festival de Sundance em janeiro de 2019 e impressionou a crítica e a imprensa que assistiram à produção, que classificaram o documentário como “devastador”. “As histórias são tão meticulosas que só os maiores seguidores de Michael não diriam que há algo, no mínimo, suspeito”, diz a revista Vulture.
O documentário já foi exibido em duas partes na HBO americana e conta com filmagens antigas de reportagens com Michael Jackson, takes do rancho e das crianças. Além de Wade e James, os familiares deles também foram entrevistados pela produção e detalham abusos físicos e emocionais supostamente praticados pelo cantor.
Resposta da família de Michael Jackson
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Anos depois, em 2003, a polícia recebeu outra denúncia de um adolescente, que relatou abusos semelhantes. O rancho foi invadido por investigadores, mas nada foi provado. Em 2005, Michael foi inocentado de todas as acusações.
Sem provas concretas, a família e os representantes legais de Michael Jackson condenam o documentário e acusam o diretor de explorar a imagem do artista de forma sensacionalista e sem embasamento. “O fato é que sob juramento no tribunal, os dois [Wade e James] disseram que Michael nunca os machucou”, disse Marlon Jackson em entrevista ao CBS This Morning.
Ao serem questionados sobre o motivo pelo qual Wade e James trouxeram o assunto de volta à tona, a resposta dos irmãos foi categórica: dinheiro. “Este é um processo de centenas de milhares de dólares. Michael não está mais aqui para se defender, então nós o defendemos”, afirmou Jackie Jackson.
No Twitter, Jermaine Jackson (também irmão de Michael) disse que o documentário não tem credibilidade. “Tantas pessoas da mídia, incluindo Oprah, dando valor cegamente a ‘Leaving Neverland’, uma narrativa que não se baseia em fatos e provas. Já passamos por algo parecido no julgamento de 2005”, escreveu.
Easy to say anything you like to some guy with a camera for some shallow documentary devoid of scrutiny, curiosity, proof, or journalistic standard. Harder to lie to judge & jury in 2005 when truth was the only currency. Join the dots, media. #LeavingNeverland
— Jermaine Jackson (@jermjackson5) January 30, 2019
Jermaine relembrou também o depoimento de Wade na Corte, em que ele disse que nunca foi sexual ou emocionalmente assediado. “É fácil dizer qualquer coisa para um cara com uma câmera sem qualquer compromisso. Difícil mesmo é mentir para o júri”, declarou.
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