“O Assassinato de Gianni Versace”: o que é verdade e o que é ficção na série de sucesso

por | fev 8, 2019 | Séries

Vencedora do Globo de Ouro e do Emmy 2019, “ American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace” é uma das séries mais comentadas da temporada. Cheia de polêmicas, a produção foi duramente criticada pela família do estilista, que afirma que a obra deveria ser tratada como ficção.

No entanto, nem só de dramas fictícios vive a série: fatos reais e controversos sobre o assassinato de Versace pelo serial killer Andrew Cunanan também fazem parte da série.

Listamos abaixo 10 acontecimentos importantes da série – entenda o que realmente aconteceu e o que é ficção.

“American Crime Story: Versace”: polêmicas

#1 Ficção: não houve testemunha do assassinato

Na série, ninguém vê Andrew Cunanan (Darren Criss) assassinar Gianni Versace (Edgar Ramírez), mas na vida real houve uma testemunha, sim. Segundo o jornal Sun Sentinel, da Flórida, a polícia disse que Mersiha Colakovic, que morava perto da casa do estilista, presenciou o momento do tiro.

“Achei que era um admirador ou alguém que o conhecida porque foi correndo na direção dele. Ele apontou a arma e atirou uma vez e depois de novo”, disse Mersiha em depoimento à polícia.

#2 Controvérsia: Versace e Andrew se conheciam?

Esta é das principais controvérsias da série. Segundo a família Versace, Gianni e Andrew não se conheciam e nunca tinham tido nenhum contato até 1997, quando houve o assassinato. O livro “Favores Vulgares”, que inspirou a série, no entanto, diz o contrário.

Segundo a autora Maureen Orth, os dois se conheceram em 1990, quando Andrew se apresentou a Gianni durante uma passagem por Nova Iorque. No episódio, inclusive, Versace diz que tem a impressão de que já havia visto Andrew antes e deixa implícito que os dois foram tomar uns drinks juntos. No entanto, não há evidência de que isso tenha acontecido.

#3 Ficção: Versace reconheceu o assassino

Na série, Versace olha para Andrew pouco antes do tiro e parece reconhecê-lo. No entanto, o mais provável é que o estilista nem tenha visto quem o matou: a autópsia revelou que a bala entrou pela parte de trás da cabeça e que Versace perdeu a consciência antes mesmo de conseguir se virar para trás.

#5 Ficção: Aids

Em “Favores Vulgares”, Maureen Orth afirma que Gianni estava passando por tratamento para Aids desde 1994, mas a família nega isso até hoje. Em 2006, Donatella Versace, irmã do estilista, disse a New York Magazine que ele tinha câncer na orelha. Assim, segundo os Versace, os sinais de cansaço e a aparência abatida de Gianni se deviam ao tratamento quimioterápico que ele estava fazendo.

E esta briga é antiga: assim que o livro de Maureen foi publicado, a família do estilista criticou a obra, afirmando que a escritora estava invadindo a privacidade deles e se aproveitando do sensacionalismo para abalar a reputação profissional de Gianni. À revista Variety, os Versace afirmaram que não tiveram nenhum envolvimento nem com o livro, nem com a série.

#6 Fato: Donatella e Antonio D’Amico não se davam bem

Na série, fica claro que Donatella (Penelope Cruz) e o companheiro dele, Antonio D’Amico (Ricky Martin) não eram nem um pouco amigos – o que é verdade na vida real. Alguns anos depois, em 1999, a designer deu uma entrevista ao New York Times confirmando a relação conturbada.

“Minha relação com Antonio é exatamente a mesma que tínhamos quando Gianni era vivo. Eu o respeitava como companheiro do meu irmão e só. Nunca gostei dele como pessoa”, criticou Donatella. Tenso.

#7 Controvérsia: relação de Andrew Cunanan e Lee Miglin

A série sugere que Lee (Mike Farrell) contratou o serviço de acompanhante de Andrew e o colocou dentro da casa da família. No entanto, a família do empresário nega que Lee era homossexual e que teve qualquer contato com Andrew antes de ser assassinato.

No entanto, a realidade é que ainda há dúvidas sobre a relação do dois pela forma como se deu o crime: Andrew foi muito mais brutal no assassinato de Lee do que no de suas outras vítimas – o que, de acordo com a Cosmopolitan, levantou suspeita entre investigadores: por que o serial killer foi tão violento nesta morte específica?

#8 Ficção: romance entre David Madson e Jeff Trail

A série deixa implícito que David Madson (Cody Fern) e Jeff Trail (Finn Wittrock) tinham um relacionamento romântico escondido, mas não há evidências de que isso tenha rolado de verdade. É provável, no máximo, que os dois tenham se conhecido, sim, por estarem ligados a Andrew.

Em “American Crime Story”, entendemos que Andrew tinha descoberto que seu namorado estava tendo um caso com seu amigo e que essa tenha sido a motivação do assassinato dos dois. Nada disso, no entanto, é comprovado.

#9 Ficção: Lisa deu à luz no dia em que Trail foi assassinado

Na série, Lisa Stravinskas, irmã de Jeff, tem o bebê no dia em que ele é morto. No entanto, na vida real, a sequência de acontecimentos foi bem diferente. Ainda segundo a Cosmopolitan, a criança nasceu 3 dias depois do assassinato e o fato de Jeff não aparecer para o parto foi justamente o que fez a família suspeitar de que algo poderia ter acontecido com ele.

#10 Fato: falha policial

Antes do assassinato de Gianni Versace, Andrew já estava na lista de principais procurados pelo FBI, por isso a polícia de Miami foi durante criticada – na vida real – por uma falha enorme de investigação.

Isso porque sabemos que Andrew foi a uma loja de penhores onde deixou registrado seu nome verdadeiro, seu endereço e sua impressão digital pouco mais de uma semana antes de matar Versace. No entanto, a polícia deixou passar esse acontecimento e perdeu pistas do paradeiro de Andrew.

“American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace” está disponível na Netflix.

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