Terminar de assistir a “ Black Mirror” com muitos pontos de interrogação dentro da cabeça é um dos grandes motivos pelos quais a série faz tanto sucesso. Instigando o público a imaginar possibilidades catastróficas de futuros, os episódios exploram diversos tipos de tecnologias.
No 5º episódio, “ Metalhead”, a série mudou um pouco a dinâmica e deixou muita gente com mais dificuldade para se conectar com a história. Ao contrário dos outros episódios, em que a origem do problema tecnológico é contada, neste episódio fica com o público a responsabilidade de imaginar o que deu errado antes e desencadeou aquela perseguição, que se passa em um mundo completamente destruído, que parece mais distante de nós.
Explicação de “Metalhead”
E isso é proposital, não há uma única explicação precisa. Em entrevista a Enterntaiment Weekly, Charlie Brooker, o criador da série, explicou que, a princípio haveria uma introdução, em que os robôs seriam mostrados sendo controlado por pessoas.
“Originalmente, mostraríamos um humano operando o robô do outro lado do mundo. O robô estaria observando a protagonista em cima da árvore, enquanto o humano o deixava lá e ia dar banho nos filhos. Mas ficou estranho e supérfluo. Decidimos tirar isso e deixar a história bem mais simples”, explicou.
Em preto e branco, o episódio lembra o estilo dos filmes clássicos de terror e perseguição e tem, propositalmente, a intenção de deixar o espectador tenso por não saber de onde vem o “monstro”, o que ele quer, quem o controla ou o que precisa ser feito para que ele pare – só nos resta imaginar mesmo.
O que são os robôs?
Assim, os robôs do episódio não têm uma origem definida, mas são dois os caminhos mais “simples” – mas que não têm resposta: um é que a inteligência artificial saiu do controle e se virou contra a humanidade (tema já bastante explorado em “Black Mirror”) ou que são controlados por pessoas sádicas para perseguir outras – mais ou menos o que Charlie Brooker disse na entrevista e que também já foi tema da série.
Por outro lado, essas máquinas têm até uma inspiração bem real. À EW, Charlie Brooker disse que ficou impressionado com os robôs da empresa Boston Dynamics, que têm um sistema de equilíbrio impressionante e dificilmente caem, mesmo quando empurrados e chutados. Até a aparência é idêntica ao “personagem” criado na série. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=40btf4T6cVs&feature=youtu.be
Final
No final, o episódio volta ao galpão que Bella (Maxine Peaker) e seu grupo exploravam no início e revela que as caixas continham ursos de pelúcia. Os brinquedos representam o único vestígio de humanidade que vemos durante a história inteira.
“A ideia era mostrar uma caixa de brinquedos de uma criança e queríamos que fosse o único elemento suave e confortante do episódio, então escolhemos ursos de pelúcia – até porque uma caixa de spinners seria ridículo”, brincou o criador da série.
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