Você quer anos 80? “ Stranger Things 2” trouxe de volta tudo o que mais gostamos na primeira temporada da série, só que com muito mais intensidade. Cheia de referências e apostando no carisma do elenco infantil (nós te amamos, Dustin), a história retorna mais grandiosa. Por outro lado, ao expandir esse universo, acaba errando um pouco mais também.
Com novos personagens, dinâmica diferente e cheia de acontecimentos paralelos, “Stranger” traz muitos novos elementos. Listamos 6 principais pontos em que você precisa prestar atenção.
Crítica de “Stranger Things 2”
Muitas histórias paralelas (que não dão em lugar algum)
Na nova temporada, todo mundo tem muito que fazer. Cada um dos personagens segue uma trama paralela – mas a maioria, aparentemente, não dá em nada. Enquanto as crianças de Hawkins se preocupam em desvendar uma criatura misteriosa, Eleven (Millie Bobby Brown) está em busca de figuras do seu passado, Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Heaton) querem justiça para Barb e Joyce (Winona Ryder), com a ajuda do xerife Hopper (David Harbour), tenta entender o que está acontecendo com Will (Noah Schnapp).
Assim, enquanto a primeira temporada parecia ter uma trama e objetivo muito bem definidos, a segunda atirou para todos os lados e abriu um leque grande de histórias paralelas sem amarrar muito bem nenhuma delas. A sensação é de que esses arcos não levam à conclusão alguma e que não fazem parte do quebra-cabeça da história principal – o que torna alguns dos episódios arrastados.
Will
Um dos grandes destaques da temporada é, sem dúvidas, Noah Schnapp. O ator de 13 anos que dá vida a Will é novamente o ponto central do suspense, mas dessa vez com muito mais participação. Ao retornar do Mundo Invertido, a vida de Will não é a mesma e o garoto parece estar sendo “assombrado” por memórias traumáticas.
Com muita dor e sofrimento, o papel de Noah é bem intenso em basicamente todos os episódios – e ele dá conta. A química entre ele e Winona (cujo talento já está mais do que provado) garante imersão no drama da família que, mais uma vez, é ameaçada por criaturas sinistras.
Ótimos coadjuvantes
Os coadjuvantes da primeira temporada ganham ainda mais espaço para ter personalidade nos novos episódios. O trio formado por Nancy, Jonathan e Steve (Joe Keery) garante, mais uma vez, o lado romântico adolescente da trama e, além de estarem em suas próprias histórias, também são bons pontos de apoio para “levantar” o elenco infantil.
Completando o time teen de “Stranger” está o novato Billy (Dacre Montgomery), que faz o papel de vilão da “vida real”. Tirando os monstros de outras dimensões, Billy é o mau do dia a dia. Figura típica dos filmes adolescentes da década de 1980, ele é o valentão, sedutor e briguento da escola – e ainda queremos conhecer melhor sua história.
Novos personagens
Além de Billy, outros novos personagens entram para o elenco da segunda temporada. O problema é que eles também não parecem ter função muito bem definida. Isto é, sem muito mistério, eles vêm mais para ser novidade mesmo do que para interferir no rumo da história.
Por outro lado, Paul Raiser (Dr. Owen) e Sean Astin (Bob) fazem excelentes participações na série e não têm dificuldade em convencer e cativar com seus personagens. Além deles, Sadie Sink é Maxine, a nova integrante do grupo que, superdurona, vai ser o crush dos meninos.
Ritmo
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, a série deve agradar aos maratonistas: todo episódio deixa um gancho curioso o suficiente para o seguinte, o que garante horas e horas na frente da TV. Mas para dar conta de tudo, parece que a produção deixou alguns detalhes de lado.
A linha do tempo, por exemplo, é confusa. A série resgata diversos momentos da temporada anterior para refrescar nossa memória e a alternância constante entre presente e passado quebra um pouco do fluxo.
Além disso, assim como em “Game of Thrones”, os personagens parecem ter teletransporte. Eles entram e saem o estado de Indiana, nos Estados Unidos, onde está a cidade de Hawkins e percorrem trajetos enormes em um espaço de tempo surrealmente curto.
História grandiosa
Por fim, a maior vitória de “Stranger Things” é oferecer uma história muito maior que a da primeira temporada. Sem precisar de muito tempo para apresentar personagens, a série se concentra na ameaça que o novo monstro oferece e explora muito melhor o perigo interdimensional. E não se preocupe: tudo isso com elementos dos anos 80 do primeiro ao último segundo.
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