A Segunda Guerra Mundial já foi retratada de diversas formas no cinema. Um dos episódios mais cruéis da história, o Holocausto, é um tema recorrente nas produções cinematográficas, que já rendeu grandes filmes como “A Lista de Schindler” e “A Vida é Bela”. Em 2016, o Oscar premiou como Melhor Filme Estrangeiro o húngaro “Filho de Saul”, que trata do mesmo assunto.
A diferença desse filme em relação aos outros é a dureza com a qual o tema é abordado. Sem rodeios, otimismo ou romance, “Filho de Saul” mostra a história de um judeu escolhido para trabalhar para os nazistas. Ele deve levar seu próprio povo para a câmara de gás, retirar os corpos após o processo e cremá-los. No meio disso, ele encontra o corpo de um menino que acha ser de seu filho, e passa a lutar para conseguir enterrá-lo como manda a tradição judaica.
O filme ganhou vários prêmios além do Oscar, como o Globo de Ouro e várias categorias de Cannes. A estreia foi em 2015, no Festival do Canadá, e a produção chocou o público logo de cara. Porém, isso quer dizer que o filme cumpriu seu objetivo, o que o destacou no cenário internacional.
Confira abaixo o trailer do filme:
Conheça a seguir 6 fatos sobre “Filho de Saul”:
Veja também:
7 provas de que o Oscar 2016 cravou seu lugar na história
6 filmes para entender o Nazismo
#1 Uma das inspirações do diretor László Nemes, 39 anos, foi sua história pessoal, pois vários membros de sua família morreram no Holocausto.
#2 A estética de Nemes é diferenciada, pois ele foca muito no rosto ou na nuca do protagonista Saul e deixa o fundo, por vezes, desfocado. É algo que aumenta ainda mais a angústia transmitida pelo filme.
#3 O diretor teve dificuldades em conseguir apoio financeiro, devido à dureza de seu filme, e foi rechaçado por patrocinadores da França, Israel, Alemanha e Áustria. Nemes conseguiu juntar 1,6 milhão de dólares por meio do Hungarian Film Fund e o Claims Conference, organização de judeus que pedem restituições pelos crimes nazistas.
#4 Outros cinco filmes sobre o Holocausto já ganharam a categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar.
#5 Alguns críticos não gostaram da estética de Nemes e consideraram “Filho de Saul” descontextualizado e injusto com o sofrimento dos outros judeus além do protagonista.
#6 As autoridades húngaras não se pronunciaram a respeito do filme, e muitos críticos consideram que o silêncio está relacionado ao passado do país. Em 1944, a Hungria enviou 400 mil judeus para os campos de concentração de Auschwitz, na Polônia, local que teve mais húngaros mortos do que o próprio país.