A atriz Cris Vianna teve sua página no Facebook bombardeada por comentários racistas nesta segunda-feira, 30. Uma foto publicada pela artista recebeu uma série de postagenscom mensagens ofensivas e insultos. Como resposta, Cris declarou que tem orgulho da cor de sua pele, de seu cabelo e de sua origem.
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A atriz, que está no ar em “A Regra do Jogo”, novela da Rede Globo, já é a terceira famosa a ser atacada na web. Recente, Tais Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho, também foram alvo de racismo na internet.
Em nota ao EGO, a assessoria de imprensa de Cris afirmou que está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para que os responsáveis pelo ataque sejam identificados. “Se meu trabalho me permite expressividade, usarei minha voz por muito que sofre esse tipo de ataque diariamente e voltam para casa calados, cansados de não serem ouvidos. Como todos vocês, tenho orgulho da minha pele, do meu cabelo, da minha origem e de tudo o que sou. Do que somos. E não estamos sozinhos. Temos do nosso lado a lei”, afirmou a atriz.
Racismo é crime?
No Brasil, o racismo é um crime inafiançável e imprescritível, previsto pela Lei n. 7.716/1989, e é definido como ofensa a uma coletividade indeterminada de pessoas, discriminando toda a integralidade de uma raça. O caso da atriz, assim como o de Tais Araújo e Maju Coutinho também pode ser enquadrado como injúria racial, definido como ofensa à honra de alguém com base em elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.
Já foram lavantadas suspeitas de que Cris tenha sido vítima do mesmo grupo que organizou os ataques contra as outras famosas e o mecanismo de ação é o mesmo: uma série de perfis (que podem até ser falsos) começa a publicar mensagens de ódio ao mesmo tempo, com o objetivo de chamar a atenção e ganhar espaço na mídia.
Como denunciar?
Para denunciar crime de racismo ou injúria racial, disque 156, em seguida opção 7. ( Informação oficial do portal do Governo brasileiro)
No Instagram, a atriz divulgou uma nota de esclarecimento sobre o episódio. Leia na íntegra:
“Infelizmente, ainda passamos por isso em pleno 2015. Recentemente, a vítima foi a competente jornalista Maria Júlia Coutinho. E agora, apenas um mês após minha linda colega Taís Araújo também ter sido vergonhosa e covardemente atacada, aqui estamos novamente precisando enfrentar racistas escondidos sob o pretenso anonimato da internet. Na noite do último domingo, minha página do Facebook recebeu uma série de comentários preconceituosos, imediatamente registrados e encaminhados à Justiça.
Não posso me calar. Se meu trabalho me permite alguma expressividade, usarei minha voz por muitos que sofrem esse tipo de ataque racista diariamente e voltam para casa calados, cansados de não serem ouvidos, para chorar sozinhos. Como todos vocês, tenho orgulho da minha pele, do meu cabelo, da minha origem e de tudo o que sou. Do que somos. E não estamos sozinhos. Temos do nosso lado a lei – racismo é crime inafiançável – e milhares de brasileiros que também acreditam num país mais justo e civilizado, gente que entende que respeitar as diferenças é mais que um dever e que está disposta a denunciar e lutar contra todo tipo de preconceito.
Sinto um encantamento profundo por essa mistura de cores que embeleza o nosso país e nos faz, brasileiros todos, sermos o que somos. A vergonha e a tristeza que sinto hoje são por essas pessoas pequenas, pobres de espírito e de coração vazio, que, em 2015, ainda insistem em reproduzir pensamentos há muito ultrapassados e desde sempre absurdos. São covardes com mentes limitadas, incapazes de enxergar e aceitar que somos todos, com as nossas diferenças e peculiaridades, dignos do mesmo respeito. A essa minoria cega e burra, minha pena”.