Se vivo, Adoniran Barbosa completaria hoje 105 anos. O sambista que ajudou a mostrar para o Brasil como era a São Paulo dos anos 30 a 60, cantava em português errado, de propósito, uma maneira fidedigna à forma como as classes mais populares de São Paulo se expressavam. Cantou a maloca, o samba, a dor, a amizade, a pobreza, sempre de um jeito simples, mas com autenticidade. Batalhou desde criança pois era de uma família humilde e fez de tudo até se tornar o principal ícone do samba de São Paulo e um dos maiores do Brasil.
Confira 10 curiosidades sobre a vida e a carreira de Adoniran Barbosa:
1 – O nome verdadeiro de Adoniran Barbosa era João Rubinato. Adoniran era o nome de seu melhor amigo e Barbosa foi uma homenagem ao cantor Luiz Barbosa.
2 – Adoniran nasceu em Valinhos, no interior de São Paulo, e era o sétimo filho de uma família de imigrantes italianos.
3 – O sambista mudou-se para Jundiaí na infância e, aos 14 anos, foi com a família para Santo André, onde começou a trabalhar. Como já havia largado os estudos, foi entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, metalúrgico e vendedor.
4 – A carreira de Adoniran começou quando ele estava com 22 anos, já na capital paulista, onde começou a participar de programas de calouros no rádio e compôs seus primeiros sambas: “Minha Vida se Consome” e “Teu Orgulho Acabou”.
5 – Em 1933, depois de ser desclassificado várias vezes por ter voz fanha, levou o primeiro lugar no programa de Jorge Amaral cantando “Filosofia”, de Noel Rosa.
6 – Um dos saltos da carreira de Adoniram foi em 1934, quando o sambista conquistou o primeiro lugar do concurso carnavalesco da prefeitura de São Paulo com a marcha “Dona Boa”.
7 – Outro grande salto da carreira do sambista foi em 1941, quando foi convidado a trabalhar na Rádio Record como ator cômico, discotecário e locutor.
8 – Foi na Rádio Record em que Adoniran conheceu o grupo Demônios da Garoa, com quem gravou sucessos como “Saudosa Maloca”.
9 – Adoniran tinha um ressentimento com a falta de reconhecimento, que só chegou nos 70, pouco antes de sua morte. Quando procurado por jornalistas para entrevistas, respondia com a sutileza de um elefante: “Por que vocês não vieram me procurar 20 anos atrás?”
10 – Uma de suas últimas composições foi gravada por Elis Regina em 1980: “Tiro ao Álvaro”, que ganhou muito mais notoriedade na voz da cantora gaúcha.