Com Carlos Imperial não havia meio-termo: as coisas tinham que ser do jeito que ele queria. Conhecedor da mídia, sabia que inventando boatos para promover a si próprio conseguiria chegar longe – algo que, de fato, realmente fez.
Em suas múltiplas funções fez questão de realçar seu lado mulherengo, brincalhão e polêmico – aliás, bem polêmico.
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Nesta semana, os diretores Renato Terra e Ricardo Calil vão lançar o documentário “ Eu Sou Carlos Imperial” nos cinemas. O filme, baseado na biografia “ Dez, Nota Dez!”, de Denilson Monteiro, já havia sido divulgado no ano passado, na mostra “É Tudo Verdade”.
Confira 8 fatos para conhecer o cafajeste irreverente Carlos Imperial:
#1 ‘Bon vivant’
Carlos Imperial foi considerado um dos maiores ‘bon vivants’ da imprensa brasileira. Sempre rodeado de mulheres e carros de luxo, usou sua influência para fortalecer seu nome como compositor, ator, roteirista, diretor e produtor.
#2 Revelou diversos ‘medalhões’
Nomes como Wilson Simonal, Elis Regina e Erasmo Carlos foram revelados por Carlos Imperial, mas, o mais relevante foi o fato de que, graças a ele, Roberto Carlos é hoje o artista mais popular do país. Roberto chamava Imperial de “pai” e gravou diversas composições dele. O produtor investiu bastante nele não apenas pelo talento, mas pelo fato de terem nascido na mesma cidade: Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.
#3 Influência nas pornochanchadas
Imperial usou sua irreverência nas pornochanchadas. “O Sexo das Bonecas” (1974), “O Sexomaníaco” (1976), “O Gigante da América” (1978), “Delícias do Sexo” (1980): seus filmes realçavam um teor canastrão e despudorado. Em um dos filmes, chegou a usar como material promocional fotos em que o ator Mário Gomes, então jovem galã, parecia ‘afeminado’. Gomes ficou irritado, entrou com ação na Justiça e proibiu a exposição da imagem. Para se vingar, Imperial espalhou o boato de que o ator teria sofrido ‘acidente’ com uma cenoura.
#4 Lado compositor
Carlos Imperial também era compositor. Canções como “Vem quente que estou fervendo”, famosa na voz de Erasmo Carlos, e “Mamãe passou açúcar em mim”, interpretada por Wilson Simonal, foram dois de seus maiores sucessos.
#5 Turma da pilantragem
Com o lema “pilantragem é a apoteose da irresponsabilidade consciente”, Carlos Imperial foi um dos líderes do movimento musical A Turma da Pilantragem. A pedido de Wilson Simonal, chamou o pianista e tecladista César Camargo Mariano e o cantor Nunato Buzar para seguir a empreitada. Em seu curto período, de 1968 a 1970, gravou dois discos, reunindo diversos músicos talentosos da época, como o trombonista Raul de Souza e a cantora Regininha.
#6 Político
Ao se candidatar para vereador, em 1982, Imperial se baseou no bordão ‘vai dar zebra’. Seu tom de deboche foi admirado: com 40 mil votos, elegeu-se com folga pelo PDT no Rio de Janeiro.
#7 O Queen e a Aids
Entre as muitas declarações polêmicas, Carlos Imperial declarou que a primeira edição do Rock in Rio, em 1985, foi responsável por trazer a Aids no Brasil. Em um horário político da TV, exibiu trechos do show do Queen como o “exato momento” em que a doença chegou ao país. Uma lógica totalmente infundada, claro.
#8 “Meu Limão Meu Limoeiro”
Carlos Imperial era tão cara de pau, que chegou a registrar uma música de domínio público, “Meu Limão Meu Limoeiro”, em seu nome. A canção fez enorme sucesso na voz de Wilson Simonal. A mãe de Carlos não gostou dele ter ‘tomado’ a música para si. “Mas Carlos, eu cantava essa música pra você quando você tinha três anos!”, disse ela. “Mãezinha, comigo é assim: música e mulher, se não tiverem dono, eu tomo!”.
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