13 músicas para conhecer Mark Lanegan

por | jul 26, 2016 | Entretenimento

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No próximo sábado, 30 de maio, o músico Mark Lanegan se apresenta no Cine Joia. Famoso por sua voz grave, arranhada e melancólica, o músico é envolvido em diversos projetos e costuma erroneamente ser associado ao grunge por conta do Screaming Trees.

Ele já participou do Queens of the Stone Age, tocou com membros do Pearl Jam e partilhou projetos com Laney Staley (Alice in Chains), Greg Dulli (The Afghan Whigs) e Duke Garwood. Com nove discos solo e diversos outros colaborativos, Mark Lanegan desenvolveu, ao longo de trinta anos, a habilidade de ser um trovador da melancolia, chegando a ser comparado a ícones como Tom Waits, Leonard Cohen e Bob Dylan.

Para conhecer um pouco mais este introspectivo cantor de 50 anos, eis 13 de suas principais canções:

Screaming Trees: “Strange Out Here” (1986)

A notável faixa do primeiro álbum, “Clairvoyance” (1986), trazia a introspecção do pós-punk com um escopo melódico bem misterioso. Mark Lanegan fala sozinho, sussurra e parece perdido numa selva – sempre orientado pelo baixo de Van Conner.

Screaming Trees: “Transfiguration” (1987)

“Even If and Especially When” é o álbum que marca a estreia da banda na gravadora SST, que deu importante abertura comercial pra banda. Ao falar comercial, não interprete no sentido estrito. “Transfiguration”, por exemplo, tem seus paralelos com os melhores sons do Joy Division: guitarras lancinantes e Lanegan, todo cabeludo, com voz carregada de densidade.

Screaming Trees: “Change Has Come” (1990)

Depois de três discos pela SST, o Screaming Trees teve uma breve passagem pela Sub Pop, a gravadora que se tornaria símbolo do crescimento do grunge em Seattle. Eles lançaram apenas um EP nessa gravadora: “Change Has Come”. A faixa-título é uma das mais ovacionadas pelos fãs pela ótima pegada musical.

Screaming Trees: “Nearly Lost You” (1992)

“Uncle Anesthesia” (1991) foi o disco de estreia do Screaming Trees por uma grande gravadora, Epic. Mas foi com o seguinte “Sweet Oblivion” (1992) que a banda atingiu sua popularidade mais alta. O grande sucesso do álbum foi “Nearly Lost You”, que ficou famosa pelo videoclipe, que chamou atenção da MTV, e por integrar a trilha do filme “Vida de Solteiro”, de Cameron Crowe.

Mark Lanegan: “Borracho” (1994)

Em 1990, Mark Lanegan lançou seu primeiro disco solo, “The Winding Sheet”, mas foi com “Whiskey For the Holy Ghost’ que mais chamou atenção. No disco, Lanegan evidenciou seus problemas com álcool e maturidade nas composições, chegando a ser comparado com Tom Waits. “Borracho” é a faixa que exala Bourbon: “Um uísque para cada fantasma/E me desculpe pelo que fiz/Porque sou eu que sei o quanto custa”.

Mad Season: “Long Gone Day” (1995)

Mad Season foi um projeto que reunia integrantes do Pearl Jam, Alice in Chains, Screaming Trees e The Walkabouts. Mark Lanegan participou de duas canções; uma delas é “Mad Season”, um dueto com Layne Staley que muitos fãs de grunge devem ter passado batido, mas deveriam conhecer.

Mark Lanegan: “Consider Me” (1999)

“I’ll Take Care of You” é um disco só de covers de Mark Lanegan, mostrando uma faceta pouco conhecida: no álbum, vemos Lanegan exigir mais de sua voz em arranjos límpidos – e até mesmo ousados, como o experimento com soul-music em “Consider Me”, composição de Eddie Floyd e do influente organista Booker T. Jones.

Queens of the Stone Age: “A Song For the Dead” (2002)

É Mark Lanegan quem canta na melhor música do disco mais pedrada do Queens of the Stone Age. Não é preciso explicar mais.

The Twilight Singers: “Number Nine” (2003)

Antes de Mark Lanegan e Greg Dulli (The Afghan Whigs) formarem o The Gutter Twins, Dulli convidou o parceiro para tocar em um outro projeto seu, o Twilight Singers. Na faixa de encerramento do álbum “Blackberry Belle” (2003), Lanegan surge envolto de uma macabra cortina musical. Os vocais exasperadores nos segundos finais da canção tornam as coisas ainda mais sombrias.

The Gutter Twins: “Who Will Lead Us” (2008)

2008 não era mais tempo de grunge, e caras como Mark Lanegan e Greg Dulli já não eram nomes tão ovacionados assim no rock norte-americano. Alguns consideraram o projeto colaborativo da dupla, The Gutter Twins, como fora de época, mas não é o que prova canções como “Who Will Lead Us”. É o rock sombrio em busca de clarividência, o dueto de dois contrapontos de estilos vocais que não poderia ter outro pano de fundo musical.

Mark Lanegan Band: “The Gravedigger’s Song” (2012)

“Blues Funeral” (2012) marcou o retorno de Mark Lanegan aos trabalhos solo, oito anos após “Bubblegum” (2004). O disco é, do começo ao fim, um retorno louvável ao velho estilo: guitarras entrecortantes e vocais profundos. Basta a primeira faixa, “The Gravedigger’s Song”, para que o ouvinte arraste-se com o compositor.

Mark Lanegan & Duke Garwood: “Thank You” (2013)

A parceria entre Lanegan e o multi-instrumentista Duke Garwood foi pouco comentada, mas sedimentou um ousado passo para a carreira de ambos. De grande teor experimental, “Black Pudding” é uma obra absolutamente em preto-e-branco. “Thank You” é um dos takes mais obscuros e também um dos melhores exemplos de que Lanegan também tem capacidade de criar trilhas de horror.

Mark Lanegan: “I Am the Wolf” (2014)

Para finalizar, uma faixa do último disco, “Phantom Radio” (2014). Em “I Am the Wolf”, Lanegan tem a guitarra como suporte de um lamento profundo. Foi escrita em parceria com Duke Garwood. Se a MTV ainda fizesse os projetos Acústico e chamasse Lanegan, esta certamente estaria no repertório.